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Produtivamente obsoletos, desempregados e excluídos digitais:
Steam Learning, Cultura Maker e Tecnologia Social
como metodologia prática, integrativa e coletiva no Ensino Médio

 

Márcia Maria Arco e Flexa Ferreira da Costa

Resumo

Em um cenário contemporâneo de aceleração tecnológica, crescente hibridização, hiperconexão, substituição do trabalho humano por máquinas e desconexão do currículo do Ensino Médio com esta realidade, muitos poderão ser produtivamente obsoletos e despreparados para as transformações da sociedade. Em face disso, propõe-se o uso da metodologia educacional integrativa STEAM, que reúne conhecimentos de artes, ciências, tecnologia, engenharia e matemática dentro da perspectiva do aprendizado contínuo para o pensamento crítico e realizador (maker). A metodologia de pesquisa usará argila e o torno da argila como metáfora e matéria prima do trabalho, para expressar o potencial de integrar saberes, arte e tecnologia. As metodologias propostas para embasarem os processos de aprendizagem serão alicerçadas na visão replicável, inclusiva, coletiva e autônoma que agrega informação e conhecimento para a transformação concebida pela Tecnologia Social. O objetivo central do trabalho é refletir sobre a proposta STEAM Maker Social para a educação no Ensino Médio.Verificar se esta abordagem serve como alternativa para inibir a obsolescência e exclusão digital. Analisar a possibilidade de incluir estudantes no desenvolvimento de uma sociedade exponencial por meio da metodologia steam maker social na educação formal. Os questionamentos essenciais são: “O cenário relatado pode indicar a futura obsolescência produtiva de estudantes na era exponencial?”; “A tecnologia social pode ser um diferencial para a educação?”; “Uma proposta de STEAM MAKER SOCIAL para a educação no ensino médio representa uma possibilidade de melhoria na formação dos jovens?”A pesquisa de caráter bibliográfico, documental e experimental voltada para o Ensino Médio, busca como resultado de pesquisa proposições para uma educação mais significativa, integrada e compatível com o futuro.

Palavras-Chaves: Tecnologia Social; Educação; Tecnologia; Cultura Maker-Digital; Obsolescência; STEAM

 

Productively obsolete, unemployed and digitally excluded:
Steam Learning, Culture Maker and Social Technology
as a practical, integrative and collective methodology in High School

 

 

Márcia Maria Arco e Flexa Ferreira da Costa

 

Summary

In a contemporary scenario of technological acceleration, increasing hybridization, hyperconnection, substitution of human labor for machines, and a disconnection from the High School curriculum with this reality, many may be productively obsolete and unprepared for the transformations of society. Therefore, it is proposed to use the STEAM integrative educational methodology, which brings together knowledge of arts, sciences, technology, engineering and mathematics from the perspective of continuous learning for critical thinking and making. The research methodology will use clay and the clau wheel as a metaphor and raw material of the work, to express the potential of integrating knowledge, art and technology. The methodologies proposed to support the learning processes will be based on the replicable, inclusive, collective and autonomous vision that aggregates information and knowledge for the transformation conceived by Social Technology. The central objective of the paper is to reflect on the STEAM Maker Social proposal for education in Secondary School. Check if this approach serves as an alternative to inhibit digital obsolescence and exclusion. Analyze the possibility of including students in the development of an exponential society through the social steam maker methodology in formal education. The key questions are: “Can the reported scenario indicate the future productive obsolescence of students in the exponential era?”; “Can social technology be a differential for education?”; “A proposal of SOCIAL STEAM MAKER for high school education represents a possibility of improvement in the training of young people?” The research of a bibliographic, documentary and experimental character aimed at the High School, seeks as a result of research propositions for a more meaningful education , integrated and compatible with the future.

Keywords: Social Technology; Education; Technology; Culture Maker-Digital; Obsolescence; STEAM, High School

 

 

Lista de Abreviaturas e Siglas

BNCC– Base Nacional Curricular

EM – Ensino Médio

ITS Brasil – Instituto de Tecnologia Social Brasil

STEAM – Science Technology,  Art, Mathematics

STEM – Science Technology & Mathematics

 

SUMÁRIO

 

 

1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………………………………. x

1.1Corpus e Objetoda Pesquisa:Sempre fomos humano-tecnológicos…………………… x

1.2 Construção e desdobramentos iniciais do problema de pesquisa……………………… x

1.3 Sobre a estrutura prevista da tese………………………………………………………………………. x

1.4 Perguntas de pesquisa………………………………………………………………………………………. x

1.5 Metodologia………………………………………………………………………………………………………… x

1.6 Proposta e resultados esperados……………………………………………………………………….. x

 

  1. CONCEITOS IMPORTANTES- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA………………………… x

2.1 Argila………………………………………………………………………………………………………………….. x
2.2 O cenário contemporâneo (Tecnologia, Ignorância cognitiva e digital)…………………….. x
2.3 Obsolescência Produtiva……………………………………………………………………………………. x
2.4 STEAM – Educação Integrativa………………………………………………………………………….. x
2.5 Cultura Maker (FabLab e outros)………………………………………………………………………… x
2.6 Instituto de Tecnologia Social ……………………………………………………………………………. x
2.7 Ensino Médio no Brasil (LDB e BNCC)……………………………………………………………… x
2.8 Excluidos digitais (Cidadania Digial de Mike Ribble e YuhyunPark’s)……………….. x
2.9 Teóricos (Revisão de literatura: Inez Borges, Steve Turley, PierluigiPiazzi, Ivan illich, entre outros)…… x

 

3 QUESTÃO 1 – O cenário relatado pode indicar a futura obsolescência produtiva de estudantes na era exponencial?……………………………………………………………………………………………………………. x
4   QUESTÃO 2 – A tecnologia social pode ser um diferencial para a educação?…… x
5 QUESTÃO 3 – Uma proposta desteammaker social para a educação no ensino médio representa uma possibilidade de melhoriana formação dos jovens?………………………………………………… x

 

6 OBJETIVOS E DISCUSSÃO………………………………………………………………………………… x

 

7 RESULTADO “PESQUISA AÇÃO”……………………………………………………………………… x
7.1 Exploração e aplicação da argila e a construção do torno elétrico…………………….. x
7.2 Processo e Avaliação: intregado, coletivo, de baixo custo, artístico e educativo proposto pela tecnologia social………………………………………………………………………………………………………. x

 

8 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………………………………….. x

 

9 GANHOS E EXPERIÊNCIA PESSOA………………………………………………………………….. x

 

REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………………………………….. x

 

ANEXOS………………………………………………………………………………………………………………….. x

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

Compartilhar o que pode mudar mentes e corações é com certeza fazer o bem e desde a juventude me dedico a esta busca pessoal e profissional. No tempo de Ensino Médio, optei pelo Magistério. Segui meu caminho firme no propósito da escuta atenta e significativa, de investir em gente e na formação das pessoas. Sempre ávida por saber e agir, nem bem terminei o Ensino Médio, comecei o curso de Psicologia na Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Durante a faculdade trabalhei em três lugares diferentes, em virtude do trabalho e da necessidade de sustento, fiz o último ano de faculdade na Universidade São Marcos.

Ocasião em que me casei, aos 23 anos, e logo iniciei a primeira pós-graduação em Recursos Humanos na FGV. Na busca por compreender mais sobre as motivações, recompensas e competências que faziam o mundo girar, especialmente onde eu trabalhava naquele tempo. Tive meu primeiro filho, motivo de tanta alegria e realização, período em que cursei a segunda pós-graduação, em Comunicação na Escola de Comunicação daUniversidade de São Paulo (ECA-USP), na expectativa de ampliar os objetivos, questionara zona de conforto e sede deconhecimento acompanhada por uminteresse apaixonado. Eu já transitava e me conectava em vários espaços, desde a escola, trabalho, casa, igreja, livros, família, televisão, mídias e internet… Portanto, alargar a visão era estabelecer novas relações com mais profundidade.

Tive minha segunda filha e ainda no período de estabilidade funcional fui dispensada do trabalho, mas segui centrada nos estudos. Completei a terceira pós-graduação, desta vez em Ensino de Inglês a Distância na Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Nesta ocasião,estar ao lado demeus filhos e exercer a profissão de professor adistância representavamcaminhos de flexibilidade, de autonomia e, ao mesmo tempo, de desafios, inteligentes e tecnológicos, na interação com tantas pessoas. Os desafios da maternidade me impulsionaram a dar outros passos e inspirada nas inquietações de mãe e educadora mergulhei na academia e fiz um mestrado em Educação, Arte e História da Cultura, onde me dediquei a compreender o desenho animado a que eu assistia e o desenho animado aoqualmeus filhos assistiam como um espectro da sociedade.

Era encantador ver a diferença de olhar e de perspectiva entre eles e eu. No entanto, a responsabilidade de alguém que já havia percorrido um caminho maior me impeliu ao enorme desafio de explorar a compreensão de que a profundidade de cada olhar e a reflexão pessoal eram um alicerce para uma cidadania mais consciente, mais plena e mais inteligente. Eu queria isso tanto para os meus filhos quanto para todos os filhos, pais e educadorese por esta razão a dissertação tornou-se um livro publicado em 2018.

Olhos mais vividos, mente sempre aberta e pensante e o coração feliz levaram ao doutoramento, onde escrever e pensar incansavelmente sobre tecnologia, educação e sociedade era tarefa diária e privilégio sublime. Não foi um acesso fácil… apenas na terceira tentativa, tive a oportunidade de iniciar esta jornada, provando que não é preciso ser brilhante ou genial e sim, inquieta, e “buscante”.

Durante o doutorado escrevi artigos para o Sinpro, Unicamp, Mackenzie entre outras instituições, fiz inúmeros cursos no FabLab Livre, fui aluna assídua do AteliêKeramos e entrevistei profissionais de grandes empresas de cerâmica no Brasil, mergulhei na construção de um torno elétrico para modelagem cerâmica com pessoas inseridas na cultura maker e busquei com muita paixão cada conceito elaborado nesta tese para torná-los acessíveis e úteis. Sinto ter dado um salto de qualidade ao olhar para a vida e para a educação. Nestes anos, cresci, vivi e aprendi descobrindo que compartilhar o que pode mudar em mentes e corações é fazer o bem, sempre!

 

Parte do percurso até aqui…

 

Publicação do meu livro O Lado Desanimado do Desenho Animado 2019
Ateliê de Cerâmica – Curso Contínuo
Aprenda a Programar em um FDS 2018
Eletrônica: Experimentos com circuitos e Microcontroladores 2018
Scanner 3D: Digitalização de Pessoas com Sense3D, 2018
Curso de Programação: Jogos e Lógica computacional com Scratch 2018
Corte à Laser: Luminárias com Software Iinkscape 2018
Vivência Educativa para Pensar e Fazer: Equipes, interdisciplinas e Multitemas para além da Escola, na Escola – Apresentação de Trabalho 2018

 

Aprender Conectivamente: Tecnologia e Educação no Ensino de Inglês. 2018 – Apresentação de Trabalho 2018

 

Autopercepção, usos e convivência com a tecnologia: perfil de moradores de São Paulo que usam a internet hoje – Apresentação de Trabalho 2017

 

Curso Anual de Aconselhamento Bíblico 2014
O Lado Desanimado do Desenho Animado– Palestra 2009
Palestrante na Mostra de Pós-Graduação -Mackenzie 2009
Curso de Direito Tributário e Contabilidade 2007
Sebrae – Análise e Planejamento Financeiro 2005
Treinamento de Educação Corporativa e E-learning- IBAP 2001
     Voluntária em diversos trabalhos de comunidade cristã- IPVM/IPBI desde 1990

 

1.1 Corpus e Objetoda Pesquisa: Sempre fomos humano-tecnológicos

 

A seguir o esquema conceitual para entender o percurso realizado até aqui. Trajetória que se encontrou em si e ligou um saber ao outro, retirando esta autora da completa ignorância para a noção clara de que o mundo é complexo e o ser, limitado. No entanto, é possível, passo a passo, seguir a aprendizagem e se transformar durante uma vida toda, lifelonglearning[1].

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Figura 1: Mapa Conceitual

 

A contraposição de um cenário contemporâneo de aceleração tecnológica, crescente hibridização, hiperconexão, substituição do trabalho humano por máquinas inteligentes e no outro lado, um Ensino Médio, que apesar de estar em processo de modificação[2], exibe um currículo escolar ainda desconectado desta realidade e, desse modo, poderá formar adolescentes produtivamente obsoletos e despreparados para as transformações da sociedade.

Diante de um mercado altamente competitivo, implacável e tecnológico, além da crescente hibridização cultural, humano-digital e da paulatina substituição de funções e cargos e do trabalho humano por máquinas, a educação contemporânea corre o risco de oferecer aos alunos uma formação escolar desconexa e fragmentada. A realidade hoje acena com rapidez para o teletransporte, a mobilidade a vácuo, a telepatia, o nanodetector de fracasso, o medidor de sucesso bioquímico, as ecompensas instantâneas, a arte digital, o reconhecimento facial, os dronesinteligentes, os carros sem motoristas, os seres holográficos, as pranchas voadores, os ipadsflexíveis, as smartsTVs hiperconectadas, dobráveis, e tantas outras coisas e aplicações em incontáveis segmentos que parecem tecnologias de filme ou cenas irreais e não humanas. Este é o mundo em que vivemos!

Produtivamente obsoletos significa dizer que muitos terão um padrão de produção de mercadorias que não serão mais consumidas ou que já terão sido modificadas e produzidas por máquinas inteligentes e em grande escala. Ou ainda, pode-se dizer que alunos, estão sendo preparados hoje, para muitas funções, carreiras e empregos que não terão relevância substancial ou que já terão sido absorvidas pela mecanicidade e tecnologias de automação e digitais,  como inteligência artificial e machinelearning. Assim, não conseguirão acompanhar o desenvolvimento da sociedade vivendo como meros consumidores por meio da sedução e do encantamento mágico do consumo tecnológico.

Pesquisadora, preocupada e atenta com este cenário, este trabalho reflete acerca da dinâmica da tecnologia e seu impacto na educação e como proposta à educação e aos processos pedagógicos, expõem-se três conceitos essências para servirem de reflexão para a educação no nível de ensino médio, sendo estes: Steam Learning, Cultura Maker e Tecnologia Social.

A tecnologia sempre existiu e transforma os mundos e asi mesma continuamente, atropelando a humanidade e,simultaneamente,prometeampará-la, como que num movimento espiralado e ascendente de crescimento exponencial e realidade disruptivaem precedentes. Uma realidade que mesmo para aqueles que estão alertas e dispostos, parece tarefa impossível de acompanhar. Odesenvolvimento e a capacidade inventiva e criativa da tecnologia se autoreplicam, invadindo fronteiras que antes eram apenas humanas aconectaracesso antes inexplorados.

Há um sentimento de desalento e frustraçãoao pesquisar a área do conhecimento da educação, poisse depara coma escola em aparente descompasso entre a realidade e a formação dos estudantes. O ensino médio enfrenta crise de identidade faz algum tempo,visto que se resume a preparar para o ensino superior que não é obrigatório. Além disso a universidade não é o destino certo da maioria da população brasileira por inúmeras razões, entre elas a nossa falta de equidade social, pois não é possível o acesso para grande parte da população, e apenas 14% dos adultos brasileiros têm ensino superior, segundo relatório do IBGE de 2016.[3]

No entanto, esta crise pode ganhar um capítulo adicional ao se pensar a respeito da formação dos alunos cujos cursos, em breve, terão menor demanda ou espaço na prática profissional, em vista da mudança de mercado, da digitalização das soluções e do uso de dados, inteligência artificial e soluções mundiais com fronteiras e barreiras cada vez menores. A prática acadêmica e a formação escolar, em muitas áreas, estãodistantes da realidade do mundo do trabalho e da transformação da sociedade.

 

1.2. Construção e Desdobramentos Iniciais do Problema de Pesquisa

 

Diante das novas políticas públicas, diretrizes curriculares, aprovadas em 2018 para o Ensino Médio, os dados de evasão e o acesso dos jovens brasileiros para este nível de ensino, naturalmenteencontramoscaminhos alternativos à educação e pedagogia para dialogar com o objeto e as temáticas deste trabalho.Viu-sena proposta de Steam Learning uma alternativa de reflexão que abraçaa realidade tecnológica, na qual os estudantes estão inseridos, e mais próxima dos desafios da vida escolar e do cotidiano. Ao integrar Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, o STEAM pode oferecer finalidade e aplicabilidade para as disciplinas apresentadas no currículo escolar a fim de prepararmelhor o alunos para as demandas e relações velozes, voláteis, disruptivas e exponenciais.

As relações perenes, velozes, efêmeras e líquidas, como já escreveu Zygmunt Bauman, reforçam as profundas mudanças em todos os aspectos da vida humana, sociedade, mercado e educação, configurando-se de fato em “um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível” (BAUMAN, 2004, p. 7), pois “Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar” (BAUMAN, 2004, p. 8). Este pensamento corrobora com a noção de que jovens poderão seguir cada vez mais despreparados para enfrentarem a transformação disruptiva e exponencial da sociedade, potencializando desequilíbrios de toda ordem.

A necessidade de aliar a metodologia do STEAM ao processo Maker pareceu ser a forma natural de dar corpo e forma às soluções e disciplinas integradas, ao proporcionar sentido e transformação para o estudante que aprende na cultura maker a fazer o próprio projeto usando o espaço artesanal e digital, relacionando-se e construindo sentido no processo de aprender e construir.

A construção do projeto foi costurada por partes nem sempre sequenciais, mas aliaram naturalmente o Steam Learning, a cultura maker e a tecnologia social mostrando uma relação valorosa para democratizar o conhecimento de forma integrada, tornando-o acessível, de baixo custo, factível, construído e oferecido de modo coletivo, atendendo demandas da sociedade.

No percurso do trabalho, encontrou-se a argila, a matéria prima literalmente ideal para a proposta, citada em livros, matérias e disciplinas que vão desde a Bíblia, no livro de Jeremias 18, até capítulos de química, física, história, geografia, geologia, português, artes e outros temas que, engendrados, constituem conhecimento para as ciências, tecnologia, artes e matemática.

Portanto, embora tendo explorado a argila de inúmeras maneiras, não se aprofundou devido a sua enorme potencialidade. Riqueza abundante, de fácil acesso, encontrada em muitos lugares no mundo, com custo baixo e cheia de propriedades tão essenciais para o desenvolvimento da humanidade. A argila tornou-se um desafio e um prazer neste trabalho, propiciou uma reflexão riquíssima no que diz respeito a sua potencialidade artística, tecnológica, industrial e porque não dizer reflexiva e terapêutica. Nada foi mais evidente para a continuidade deste trabalho do que o feliz encontro com a argila no ateliê e na indústria, uma vez que, por meio desta tese, foi possível participar do encontro de muitos mundos.

Definido o uso da argila por reunir nesta os conceitos elencados de Steam Learning, Cultura Maker e Tecnologia Social, buscou-se parcerias que vivessem estes conceitos diariamente na prática profissional e, paralelamente, realizava-se o nosso próprio percurso de exploração metodológica ao construir um torno elétrico de modelagem de argila que pudesse ser acessível, barato e portátil, encerrando,desse modo, um ciclo conceitual importante para a base da reflexão.

No processo de escrita desta tese, fomos levados às referências de que precisávamos para cada conceito. Reunimo-nos com o Instituto de Tecnologia Social que nos recebeu inúmeras vezes para compartilhar sobre visão, missão, valores e desafios e, neste trabalho, usamos apenas um ensejo, uma inspiração de tudo aquilo que esta instituição faz pelo Brasil em sua perspectiva coletiva, comunitária e de acessibilidade. Através deste, aproximamo-nos da realidade do FabLab Livre, gerido pelo ITS Brasil.

No FabLab Livre fizemos inúmeros cursos gratuitos para aprofundar a vivência com o mundo e a cultura maker. Além disso, submetemos o projeto de construção do torno de modelagem de argila, que nasceu do desejo de modelagem artística, para ser algo acessível, replicável, portátil e barato, uma vez que um torno consiste em um equipamento caro, pesado e acessível apenas para artesãos. As experiências da pesquisadora para o desenvolvimento do projeto no Fablab e para a tese serão narradas na metodologia de pesquisa no ítem 1.5.

A construção de um protótipo de torno elétrico para modelagem cerâmica, concretizaria os conceitos estudados de STEAM Learning, pois era na integração do aprendizado do Ensino Médio que se encontraria o conhecimento necessário para a construção lógica do torno; a mentalidade da cultura maker, na qual aconteceria a experimentação dentro percurso de trocas, compartilhamento e uso das facilidades oferecidas em um espaço makerFabLab, tais como: o maquinário de marcenaria, corte a laser, motor, pintura etc. A contribuição especial e o diferencial da reflexão se dá quando o torno elétrico é feito para ser acessível, construído por qualquer pessoa, de forma barata, open source e prática, dentro do conceito de simplicidade conceitual, leveza e portabilidade, amparados pela lógica conceitual da Tecnologia Social.

O processo de escrita reflexiva, teórica e também prática, intenso e real provocou a necessidade de ver a aplicação dos conceitos e, por isso,estabeleceram-se parcerias capazes de aprofundar, supervisionar e ratificar o trabalho, o processo e os conceitos e, por isso, escolheu-se cuidadosamente cada parceria: Valdenice Teles Engenhoteca, FabLab, AletieKeramos, ITS Brasil.

A nossa relação de aprendiz com Valdenice Teles, um maker natural que, junto comigo, desenhou conceitualmente e passo a passo os protótipos do torno elétrico. Os tornos foram construídos dentro do conceito de simplicidade conceitual, leveza e portabilidade, para que pudesse,posteriormente,ser construído depois por qualquer pessoa ereplicado e melhorado em um FabLab.

Deste encontro com a argila e com o torno, nasceu o desejo de conhecer as técnicas de modelagem para além do que o youtube poderia ensinar. A partir disso, outra parceria foi realizada, desta vezcom um Ateliê de Cerâmica Keramos, onde através das aulas e do contato próximo, lado a lado com o mestre artesão. Foram apresentadas as especificidades desta arte, da argila e da prática artística e, assim,desfrutou-se da riqueza, da beleza e das demandas do artista, além de aprender sobre a relação do artesão e do torno, fato que, sem dúvida, melhorou conceitualmente o produto em si.

Foram os alunos do Ateliê, em especial o arquiteto e ceramista Oziel e a professora Sueli que experimentaram o torno, tecendo observações de melhoria  e incentivo para seguir adiante, buscando o estado da arte dentro do conceito desejado.Imersa nesta linha contínua de aprendizagem e atenta aos conceitos de Steam Learning, Cultura Maker, ITS, era hora de estabelecer a última parceria, onde o SteamMaker fosse de fato aplicado com destreza. Após a procurapor muitas escolas, a Engenhotecaabraçou o desejo de expandir o uso da argila e o anteriormente dito a respeito desta. Além disso,mostrou-se disposta a construir conosco o terceiro protótipo de torno elétrico, que contemplaria as melhorias solicitadas pelos artesãos, ou seja, de variação de velocidade e resistência entre outros ajustes.

A construção do projeto todo evoluiusem precalços, pois, assim, é com o conhecimento, uma cadeia associada e integrada de saberes, onde inúmeros percursos se encadeiam um ao outro para que as ideias se concretizem na soma de sonhos e parcerias. O conhecimento se constrói e se organiza nesta trama de vontades, demandas entremeadas, parcerias e soluções contínuas que, naturalmente,encontraram-se na referida prática, Assim como na argila, as moléculas de organizam à medida que o artesão trabalha a massa, este trabalho se encontrou em seu próprio percurso metodológico.

 

1.3 Sobre aEstrutura Prevista da Tese

 

A pesquisa busca não só relacionar as perspectivas tecnológicasàeducação, à mudança na sociedade, aos inúmeros cidadãos apartados da atividade econômica, assim comorefletir sobre uma alternativa que tenha sentido em um mundo exponencial, disruptivo e digital, sem abrir mão da profundidade e, por outro lado, fomentado o senso crítico e a missão de cada um. Por esta razão, este trabalho traz conceitos de tecnologia social, fundados nas premissas de que todos podem aprender a buscar soluções para seus problemas e de suas comunidades. Este tema será abordado e destrinchado adiante.

Criar instrumentos, acessos possíveis e, sobretudo, educação para compreender a realidade e enxergar as possibilidades compreendeum desafio mundial. Transformar a “sensação” de saber em fato, em realidade; a possibilidade em ato, a necessidade em ação contínua e replicável, o problema em oportunidade sustentável e autogerível e o processo em desejo e projeto comunitário são os desafios que se imporão cada vez mais aos educadores “da era exponencial”.

O objetivo central deste trabalho, portanto, reside em refletir sobre a proposta STEAM Maker apoiada em pressupostos da tecnologia social para a educação no ensino médio. Verificar se esta abordagem serve como alternativa para inibir a obsolescência e ignorância, além de analisar a possibilidade de incluir estudantes no desenvolvimento de uma sociedade exponencial através de uma educação steammaker e explorar este processo através da argila na arte e tecnologia.

Essa tese pensa a metodologia STEAM como uma forma de trabalhar integralmente projetos transversais, instruindo o estudante a buscar a origem das informações e a implicação destas. O desenvolvimento do raciocínio lógico, dedutivo e argumentativo para a resolução de problemas e aplicações práticas da cultura do fazerétambém conhecidocomo cultura maker.

Para a construção do trabalho o capitulo 2 abordará as definições de cada um dos termos e conceitos relevantes a este trabalho, para partir de umamesma base de conhecimento e aprofundar o que aqui se apresenta com a lógica de uma educação SteamMaker Social para alunos do Ensino Médio.De antemão, faz-se uma importante distinção entre aluno e estudante defendida pelo professor Pierluiggi Piazza[4], no qual o primeiro é aquele que está matriculado, mas não necessariamente comprometido com o conteúdo e a formação, enquanto o estudante[5] é aquele que se debruça sobre a matéria, estuda depois da aula e se aprofunda no conhecimento.O processo de estudar é primeiramente individual, precisa partir da vontade de resolver e se envolver e o processo coletivo e compartilhamentoeficaz será consequência natural doestudoe desejo decontinuar aprendendo com os outros ededar uma contribuição, construir algo ou resolver um problema,experimentando e aprofundando saberes.

A educação escolar é definida pelo “§ 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996)[6], orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)[7].

No livro, Educação para Integridade, de Inez Borges, no primeiro capítulo, descreve-se com profundidade os fundamentos da educação para a Educação para a Integridade[8] buscando um homem cuja definição descreve o homem desta tese, ou seja:

na sua inteireza, em todas as áreas da vida, para que, desenvolva todo o seu potencial como ser racional, moral e espiritual, afetivo econômico e artístico, considerando o educando como indivíduo único e insubstituível sem estimular o individualismo, pois o desenvolvimento de  cada indivíduo requer a participação de outros e também influencia a formação de outros.  (BORGES,2017, p. 30).

Em um espaço que favoreça a construção e aplicação de soluções inovadoras em ambiente digital e manual, baseados em uma perspectiva mais classista de educação. Onde o aluno caminha lado a lado com o mestre e conhece com profundidade o que lhe é ensinado, para então supor sobre os fatos, aliada à visão da tecnologia social como alternativa para a inadequação da educação atual levantaram-se algumas questões, como as que se seguem adiante.

Ainda dentro da perspectiva de um mundo cada vez mais global, compartilhado e com menos fronteiras que busca entidades globais, gurus e celebridades buscamos interagir de forma que parceiros pudessem ser nossas referencias e juntos com eles pudéssemos construir ao final desta pesquisa um passo a passo dos processo de pesquisa e também um caminho a ser trilhado por qualquer pessoa que tenha interesse em ter um trono elétrico de cerâmica com as mesmas premissas do torno concebido neste projeto.

Sendo assim, um vídeo do processo e do passo a passo será construído dentro do FabLab com o percurso e material necessários a cada pessoa, instruindo a quem se interessar pelo torno e pelo processo, democratizando o saber.

Dentro da mentalidade do escopo aberto da pesquisa, este trabalho contou também com a colaboração de todos e qualquer interessado em participar, do processo, uma vez que,àmedida que era escrito, era publicado num blog e ganhou a contribuição de interessados que quisessem oferecer o seu saber e participar do processo, corroborando, portanto, com a metodologia open source do mundo disruptivo e tecnológico.

 

1.4 Perguntas de Pesquisa

 

A compreensão de que o ser humano sempre foitecnológicos mostra-se imprescindível para entender que a novidade não reside na tecnologia, mas na velocidade de sua metamorfose e na urgente adequação da educação para evitar a obsolescência. Compreender, por exemplo, que o fogo, a pedra (matéria prima) ou a rodasão linguagens e instrumentos de extensão do humano, e o desenvolvimento destes acompanha a humanidade. Tratam-se de descobertas dominadas e desenvolvidas para facilitar a vida e para responder às necessidades da humanidade, tendo em vista que as limitações do corpo humano constituiuma forma importante de compreender a tecnologia.

Na dissertação de mestrado desta autora abordaram-se as inúmeras e interessantes tendências tecnológicas já prefiguradas em 1967, na animação The Jetsons. Era possível supor ou prever muitos eventos com base naquela animação, tais como:carros voadores, cidades aéreas, máquinas de comida, teleconferência, provadores de roupas holográficos, transporte a vácuo, esteiras rolantes, moradias suspensas etc. Diversasdestas mudanças já foram incorporadas às casas inteligentes e aos mercados de hoje, contudo, alguns exemplos ainda são uma realidade distante das pessoasou da percepção destas.

Apropriar-se da tecnologia, no contexto deste trabalho, significa desejar que todo cidadão saiba, produzae colaboreconscientemente para uma cidade mais produtiva e inteligente, para o desenvolvimento da cidadania participativa e colaborativa, onde coexistir em comunidade com a tecnologia deve ser de forma inclusiva, sustentável e emancipadora, assim como replicável.Neste trabalho defende-se a coexistência das tecnologias com a educação e, para que isso ocorra, é preciso investir em uma educação tecnológica, social, comunitária, factível e que esteja ao alcance de todos que tenhamproblemas ou desejo de resolver questões ou aprender.

Esta perspectiva revelou-se essencial durante o amadurecimento sobre o contexto, temas, objeto e sujeito de pesquisa  que levaram ao problema destapesquisa: “O objetivo central do trabalho é refletir sobre a proposta STEAM Maker Social para a educação no Ensino Médio.Verificar se esta abordagem serve como alternativa para inibir a obsolescência e exclusão digital, além de analisar a possibilidade de incluir estudantes no desenvolvimento de uma sociedade exponencial por meio da metodologia steammaker social na educação formal. Os questionamentos essenciais são: “O cenário relatadopode indicar a futura obsolescência produtiva de estudantes na era exponencial?”; “A tecnologia social pode ser um diferencial válido para a educação? Uma proposta de STEAM Maker Social para a educação no ensino médio representauma possibilidade de melhoriana formação dos jovens?

Conhecer a história dacultura tecnológica, ensinar pessoas em todas as esferas, áreas e espaços, desde a base escolar, sensibilizando as gerações para que percebam o mundo que se apresenta, quem somos, onde estamos se queremos controlar ou ser controlados, consumir ou ser consumidores;se somos parte ou estamos à parte.Mobilizar pessoas, instituições, governos, mídia, políticas, empresas, todos e em todo lugar. Pensar este desafio ultrapassa esta tese, é maior do que se imagina, mas precisa ser analisado, revisto e realizado por muitos e sempre. Este parece ser o desafio da tecnologia socioeducacional.Diante do exposto, atese pretendecompreender através das referidasquestões a fim deverificarse aabordagem Steam Learning serve como alternativa para inibir a obsolescência e ignorância.

 

1.5 Metodologia

 

A pesquisa corresponde a um trabalho de exaustiva investigação, cuja finalidade é conhecer e descobrir as relações existentes entre os saberes, os fatos, os fenômenos, as situações ou as coisas. Trata-se, portanto, de um processo de análise e de atividades sistemáticas para a busca de conhecimento. A metodologiaqualitativa, conceitual e descritiva foi adotadadada a sua possibilidade de ampla generalização e aplicabilidade e o seu viés exploratório, tendo em vista a construção de três tornos que serviram de protótipos e modelos a serem copiados por todos os interessados em usar a modelagem artísticaem cerâmica como recurso eduacional. Esta pesquisa procura estabelecer uma relação cuidadosa de cada conceito e dos processos e materiais mencionados para  analisar os problemas de pesquisa, buscandoreferências reais por intermédios de parceiros profissionais e, paralelamente, construindo um torno de modelagem cerâmica experimental.

A partir da exploração de cada conceito, houve a necessidade deencontrar referências parceiras idôneas que compreendessem e trabalhassem os conceitos na vida real,na prática exploratória e empírica ao se construiro torno elétrico. A argila e o torno elétrico que foi construído no processo da pesquisa tiveram especial papel na construção metodológica deste trabalho, pois através destes, todos os conceitos se encontraram, transformando a argila e o torno em metáforas reais, integrando os saberes, a arte e a tecnologia, imbricando pessoas e ideias na construção literal e tecnológica dessesobjetos artísticos, ao democratizar o conhecimento e, por extensão, proporcionar a ampliação dos conceitos de Steam Learning, cultura Maker e Tecnologia Social.

Os processos integrados de aprendizagem alicerçados na visão replicável, inclusiva, coletiva e autônoma que agrega informação e conhecimento para construir e transformar tornaram esta pesquisa um trabalho bibliográfico, documental e experimental.Necessariamente, foramanalisados os conceitos em autores de referência para cadaitem essencial salientado, além de buscar na prática das instituições a representação real dos conceitos, para que assim, bem amparados, fosse possível experimentá-los e explorá-losna prática da pesquisa.

 

1.6 Proposta e Resultados Esperados

 

O resultado da pesquisa busca proposições para uma educação mais significativa, integrada e compatível com o futuro, evidenciando e avaliando os conceitos expostos, os processos e as práticas artística, educacional e industrial.


 

  1. CONCEITOS IMPORTANTES- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Argila

 

 

 2.2 O Cenário Contemporâneo (Tecnologia, Ignorância Cognitiva e Digital)

 

Teletransporte, mobilidade a vácuo, telepatia, nanodetector de fracasso, medidor de sucesso bioquímico, recompensa instantânea, pública e financeira, arte digital, reconhecimento facial, falar qualquer idioma, falar um idioma universal, relações comerciais baseadas em uma moeda única e invisível, enxergar no escuro eatravés das paredes ouintradérmico, drones, carros sem motoristas, seres holográficos, pranchas que voam, ipads flexíveis, smartsTVs hiperconectadas dobráveis e tantas outras coisas aplicações em incontáveis segmentos parecem tecnologias de filme ou cenas irreais e não humanas. De fato,a maioria de algumas tecnologias é para um futuro muito breve.

Neste sentido, algumas questões se fazem pertinentes para entender se estaremos preparados e aptos para usar e desenvolver a tecnologia. Saberemos o que são e como funcionam, quem as controla?

A pedra lascada, a pedra polida, os objetos metálicos, o arco e flecha, o fogo, a fundição do cobre, a roda, o moinho, a moeda, o papiro, o papel, o parafuso, a roldana e as rodas dentadas, acrescente-se o conceito de hidrostática que estabelece que o corpo pesa menos dentro da água, do inventor, matemático e precursor das ciências, o gregoArquimedes,  formam a base de toda a tecnologia no Ocidente.Desenvolvidas pela genialidade de tantos homens para solucionar os problemas e as demandas criadas pela humanidade ao longo do tempo são a marca de quesempre fomos humano-tecnológicos. No entanto, as perguntas se mantêm. Desde se estávamos preparados, se estávamos aptos para usá-laa tecnologia e desenvolvê-la, sesabíamos o que era ecomo funcionavam, além de quem as controlava e as fazia e se todos tinham acesso.

Sob esta premissa, pergunta-se o que mudou de lá para cá equais os novos desafios envolvidos. A construção e os desdobramentos iniciais do problema de pesquisa ganharam sentido a partir dessasreflexões dentro da concepção de que os espaços e velocidades são aspectos que distinguem o desenvolvimento e a percepção da dinamicidade da tecnologia. A disruptividadecomo um processo de inovação contínua e a exponencialidademarcada pela rapidez sem precedentesidentificam o tempo ontem e apontam o rumo do amanhã.

Contudo, o desenvolvimento da tecnologia digital, artificial e neural, o aumento dos dados e de informações sobre tudo e todos,a complexidade, conectividade e a rapideztransformaram ainda mais os desafios contemporâneos da humanidade em desafios humano-tecnológicos e, neste aspecto, a educação em um desafio constante.Temas concernentes ao ser humano, suas relações, a educação, a sociedade, os comportamentos e espaços eram questões humano-cognitivas, atualmente são desafios humano-mecânico-tecnológicos e, muito em breve, serão soluções mais tecnológicas do que humanas[9].

Em virtude desta reflexão, problematizamos a possibilidade de haver pessoas produtivamente obsoletas por volta de 2030 ou 2040, ou seja, pessoas que,em 2020, terão 20 anos, em 2030 terão 30 anos e estão sendo educadas hoje, no Brasil,utilizando um currículo que não os prepara para adentrarem num mercado tecnológicoou para exercerem profissões do novo cenário mercadológico. Ao mesmo tempo, o Ensino Médio, em especial, também não forma estudantes com capacidade sólida, profunda e crítica para refletirem, arbitrarem e interferirem neste cenário de velocidade, novidade e inovação.O resultado do PISA, nos últimos anos, indica a qualidade técnica dos alunos,[10] situando-os entre os piores do mundo. (Os próximos resultados estão previstos para Dezembro de 2019[11].

Além de produtivamente obsoletos, o desemprego crescente atinge não apenas os trabalhadores com menos estudo e sem formação técnica, bem comoas pessoas com curso universitário. Aquele profissional mais qualificado, com um segundo idioma também tem sido paulatinamentesubstituído por máquinas que fazem o mesmo trabalho com mais rapidez, maior eficiência e precisão, pois apresentam menos erros e menor custo a longo prazo[12]. Estas afirmações, embora causem desconforto e não sejam consenso, são acompanhadas, preditas e discutidas pelo mundo todoe por inúmeros pensadores, empresários, economistas e profissionais ao analisarem o futuro.

Neste diapasão, apresenta-se, a seguir,uma referência do desconforto para os que não veem problemasna automaçãocontínua e crescente e, assim, evidenciar que os empregostêm sido substituídos e muitos trabalhos já nem existem mais. Esta reflexão, tão somente, embasa a busca por uma educação melhor estruturada que crie mais espaço para novos profissionais, alcance seres humanos mais engajados e melhor preparados para a vida:

Every study we could find on what automation will do to jobs, in one chart: There are about as many opinions as there are experts.   
Figura 2:Predicted Jobs Automation Will Create and Destroy

Fonte: https://www.technologyreview.com/s/610005/every-study-we-could-find-on-what-automation-will-do-to-jobs-in-one-chart/

Esta e muitas outras pesquisas trazem dados que evidenciam a incerteza de tantas tendências. Em 2017,a McKinsey Global Instituteafirmou que oitocentasmilhões de pessoas ficariamdesempregadasem virtude da automatização até 2030, ou seja, um quinto dos trabalhadores do mundo. As pessoas precisarão se reinventar no mundo todo, não apenas no Brasil. Por esta razão também, pesquisadores da Universidade de Oxfordconcluíram que 47% dessas pessoas poderão perder o emprego e serão substituídos por robôs nos próximos vinte anos (2018–2038).

Em contrapartida,outros estudos asseguram que 53% dos trabalhadores norte-americanos e quatro quintos dos trabalhadores no mundo não devem ver na inteligência artificial uma ameaça, vistoque esta tecnologia trará novas carreiras. Nesta direção, aFastCompanylistou sete carreiras que estão seguras das garras da automatização: empregos que requerem criatividade, como artistas e músicos; trabalhos que envolvam resolução de problemas; cabelereiros; psicólogos e profissões que demandem um trabalho social; professores; trabalhadores da área da saúde e cuidadores.[13]

Os seres humanos são lineares e também caóticos, pensam temporal e processualmente, são capazes de organizar e processar muitas coisas ao mesmo tempo, desde movimentos e falas até pensamentos, memória, saudade, ou seja, funções simples e atividades refinadas para o cérebro. Os humanos são instintivos e dedutivos.Tem um cérebro fascinante, segundo muitos estudos[14], um dos mais complexos sistemas já vistos[15]. O ser humano se relaciona através de histórias e símbolos, reinventando-se e funcionando de forma dinâmica. As máquinas, por outro lado, são computadores binários, algorítmicos, lógicos, quânticos e não precisam necessariamente ser desligados. São desenvolvidos para seres inteligentesepara buscar a capacidade de adaptação dos humanos em nível de perfeição técnica.

Neste sentido, o modo como explorar o melhor da máquina sem perder o refinamento do humanoenglobaum desafio constante. Diante desse panorama, educar as pessoaspara um mundo de complexidade e superficialidade paradoxal compreente tambémum desafio constante.  Compreender a extensão da máquina e a soberania do homem, a primazia do criador e a ânsia desenfreada da criatura por superação e incentivar a sensibilidade para um mundo em transformação tecnológica sem se deixar seduzir, vitimizar e sujeitar-seà tecnologia correspondem, sem dúvida, a desafios para aformação com osquaistodos devem se preocupar.

O professor PierluigiPiazzi[16] afirma que o cérebro humano é inteligente, porém lerdo,enquantoque o computadorembora sejaburro, érápido. Apesar de ter reserva com esta afirmação, pois as máquinas sãotreinadas por humanos a aprenderemcom outras máquinas, a realidade ainda é a máquina serconstruída com inspiração na perfeição do cérebro humanoe a tentativa é de reproduzir suas milhares de conexões sinápticas, neurais e bioquímicas, em nível exponencial, ininterruptos e com perfeição para o processamento, a cognição e a movimentação.

A busca tecnológicaproduzreflexos e efeitos colaterais, pois, se, em certa medida ajuda, facilita, seduz, diminui custo e erros, tais como máquinas que substituem advogados (Projeto Ross), substituem juízes e advogados (no Japão), empresas seguradoras que são quase totalmente automatizadas (no Japão), arquitetos são trocados[17], substituemempregos de telemarketing e vendas através dos Bots, criam uma desordem e um desequilíbrio para osquaisainda não se estáminimamente preparado.

Dentro das grandes metrópoles, sistemas de segurança monitorados 24/7 têm nas máquinas todo o seu potencial de armazenamento e cruzamento de informações, dispensando milhares de pessoas que asregistrariam, tabulariam-nas e as indexariam. As cidades consistem em um desafio significativo tendo em vista quenesta todos se encontram e se desencontram, tudo acontece, é o lócus de convivência das pessoas,das marcas, dos governos, de escolas e comunidades e dos grandes e pequenos enfretamentos individuais e coletivos. Coletar e manipular estes dados oferecem um diferencial vantajoso para quem detém o dado.

A cidade vive em escala geométrica a realidade dos pequenos coletivos, questões emblemáticas em todas as esferas, seja o aumento do desemprego e o crescimento da ocupação comercial informal; a distribuição de renda desigual em diferentes bairros, camadas da sociedade ou mesmo entre gêneros; a questão da privacidade cada vez mais questionada e difícil em cidades que crescem conectivamente com seus “smart-tudo” (vídeos, câmeras, fones, mic, apps…); a ocupação, a violência, o uso de drogas, a corrupção, a ganância de quem compra o espaço público e o comercializa, as instituições e seus governos, a chegada das gentes de diversas etnias, hábitos, crenças e desejos; o crescimento desordenado, a sujeira e o descarte, a fartura e a miséria, o transporte público e,em menor escala e mais distribuída,a educação vive as mesmas questões.

Na arte, por sua vez, onde a criação e a imaginação erambalizas que definiam seres humanos criadores e os distinguia dos demais animais, tidos como instintivos, ou das máquinas, vistas como fios e linhas de programação no sentido mais raso, atualmente, em velocidade alarmante, os humanos são seduzidos e apanhados por um número crescente de produções artísticas, inéditas ou reproduções na pintura, escultura, mosaicos, música e outras expressões artísticas feitas por mãos eletrônicas, códigos, softwares, inteligências artificiais, portanto, cada vez mais, não humanas que se relacionam entre si, com os humanos e com a cidade diferentes maneiras.

O The Guardian[18],por exemplo, noticiou a venda de uma pintura com a reprodução de um retrato,tratava-se dacompilação de quinze mil retratos pintados entre os séculos XIVe XV. Um projeto feito por três pessoas jovens de 25 anos, que alimentaram o computador de imagens,códigos, parâmetros e algoritmos que culminaram no retrato feito por inteligência artificial e apresentado como autoria deEdmon de Belamy efoi comprado,por sua vez,por $432,000 noleilão da Christie’s quando a expectativa inicial de venda era de setea dezmil dólares. Antes, pintar era privilégio da abstração criativa e sensorial do ser humanos!

Ainda noutro meio de comunicação, apresenta-se a seguinte chamada: “It’sGetting Hard toTellIf a PaintingWasMadeby a Computer or a Human[19]”  alertando que “Está ficando mais difícil saber se uma pintura foi feita por computador ou por ser humano”,pois em New Brunswick, NovaJersey, no campus da UniversidadeRutgers, em 14 de fevereiro de 2017, o Professor Ahmed Elgammal e sua equipe geraram algoritmos que criaram uma série de imagens inspiradoras apresentada, entre outras pinturas feitas por humanos, a muitos visitantes e apreciadores de arte,que não distinguiram se os trabalhos haviam sido realizados por humanos ou computadores. O laboratório do Professor Ahmed tem como finalidade justamentecriar algoritmos para fazer arte(“We are focusedondeveloping artificial intelligenceandcomputervisionalgorithms in thedomainofart”). Seus projetos podem receber elogios, críticas e questionamentos, quando indagados sobre a recriação da arte e incapacidade de criar arte original.

Quando música é o tema, a Google apresenta o Projeto Magenta[20]  que utiliza Inteligência Artificial para reproduzir a criatividade humana e,de acordo comDouglas Eck, cientista da Google Brain, o objetivo consiste emcriar máquinas paracomporem peças de arte, sem intervenção humana utilizando uma plataforma de aprendizagem de máquina chamada TensorFlow, que impulsiona a criatividade artificial. A partir deferramentas de código aberto, os programadores utilizam diversos modelos para criarem músicas com Inteligência Artificial e refinamento de algoritmos.

A IBM Watson[21] também já usou inteligência artificial para montar o primeiro roteiro de comercial de carros de luxo da marca Lexus[22]. O computador foi alimentado por diversas peças e textos premiados nos últimos quinzeanos e,paraa equipe de produção, o roteiro foi surpreendente.A apropriação da tecnologia pode ser mais invasiva em outros casos, quando, por exemplo, a Inteligência Artificial ajuda a escolher a música certa na medida em que marcas usam a análise de DNA e robô para fazerema curadoria de playlists[23].

Na cidade é abundante a inserção e as projeções para os avanços da tecnologia. Desse modo, as conhecidas cidades inteligentes recolhem dados de todas as formas, consentidos ou não, seja através de formulários preenchidos voluntariamente, sensores, câmeras, áudios, APPs, localizadores, monitoramento de pressão, temperatura, umidade, poluição, ruído, captação e controle de multas e infrações, cruzamento de dados dos cidadãos e seus bens, sistema de GPS e tantas outras maneiras e transformam informações para serem usadas por diversos segmentos e pelo governo. As cidades são um espaço farto para o crescimento de tecnologias conhecidas como IoT (Internet ofThings) onde tudo se conecta com diferentes níveis de acesso.

Ao analisar um substanciosovolume de dados é possível identificar tendências e padrões, rotinas e até desvios que melhoram oupioram as operações urbanas e a prestação de serviços. A inteligência artificial, as redes neurais artificiais que buscam a perfeição do cérebro com a exponencialidade da máquina e as máquinas que aprendem com ou sem humanos funcionam cada vez mais minerando e analisando os incontáveis pontos de acesso e dados coletados. Todo este input é calculado com o maior grau de precisão possível dentro de sua complexidade para indicar estatísticas, probabilidades, frequências, cores, sabores, espaços até chegar ao nível do indivíduo e fazer o processo contínuo do micro para o macro, do macro para o micro e, portanto, do controle.

Os obstáculos como criação, espaço, tempo e distâncias serão cada vez mais percorridos com velocidade e inovação digital e,devido aesta rapidez quase anônima, onde a percepção, a criticidade e a compreensão dos fenômenos e das relações são conceitos de difícil absorção e domínio para a maioria das pessoas que estádistantedo processo de solução de problemas, a tendência é que se torneexpectadorae consumidora do produto, da cidade, da educação e da sociedade. Por causa desta pessoa, deste cidadão, que esta tese ganha corpo, relevância, urgência e responsabilidade.

Se, por um lado, cresce a maneira inovadora ou disruptiva de resolver problemas e criar soluções, arte e produto, por outro, problemas de diversas ordens atingem um número geométrico de pessoas e acontecem em escala mundial, não sendo apenas questões locais ou isoladas. As questões geradas pelas tecnologias não se limitam a serem físicas e naturais, como o passar do tempo e o crescente desenvolvimento, alcançaramo campo do comportamento, da mente, da ética, da educação, da história e das relações humanas e, por isso, são questões pedagógicas que abrem espaço para se discutir uma potencial obsolescência produtiva[24] do ser humano, uma vez que a tecnologia tem atuado e crescido onde humanos eram únicos e tem ido alugares onde humanos sequer irão ou conseguirão chegar com a mesma velocidade e precisão, deixando para trás uma massa de pessoas potencialmente desempregada, desocupada, improdutiva e cognitiva e digitalmente iletrada que vive dentro desta disruptividade sem se dar conta desta ou de que estão inseridas neste mundo conectivo.

Ao pensar no cenário, no futuro e nas tendências, escolhemos algumas referências e  perspectivas relevantes por sua visibilidade mundial, por seu esforço em pensar o futuro, a sociedade e as soluções e também pelo poder financeiro de que dispõe.

Peter Diamandis[25] se encaixa neste perfil e respondeu a seguinte provocação: “O Mundo em 2015: 8  Mudanças para os próximos anos”. A seguir, as oito mudanças que causarão uma transformação extraordinária na próxima década.

  1. Um cérebro humano por US$1.000

Em 2025, por mil dólares, você poderá comprar um computador capaz de calcular em 10 ^ 16 (10.000 trilhões de ciclos por segundo), velocidade de processamento equivalente ao do cérebro humano.

  1. A economia de um trilhão de sensores

A Internet das Coisas ou Internet ofEverything (IoE) descreve as conexões em rede entre dispositivos (ou aparelhos), pessoas, processos e dados. Até 2025, ela será superior a 100 bilhões de aparelhos conectados, cada um deles com uma dúzia ou mais sensores coletando dados. Isso vai levar à economia de um trilhão de sensores produzindo uma revolução dados além da nossa imaginação. Um relatório recente da Cisco estima que a IoE irá gerar 19 trilhões de valor criado.
3. Conhecimento perfeito

Nós estamos caminhando para um mundo de conhecimento perfeito. Com um trilhão de sensores que coletam dados em todos os lugares (carros, satélites, drones, wearables, câmeras etc.), você será capaz de saber absolutamente qualquer coisa, a qualquer hora, em qualquer lugar.
4. Oito bilhões de pessoas hiperconectadas

Empresas como Facebook (Internet.org), SpaceX, Google (Project Loon), Qualcomm e Virgin(oneweb) estão se preparando para oferecer conectividade global para cada pessoa no planeta a velocidades superiores a 1 Megabyte por segundo.
A previsão é que nós passemos de 3 bilhões para 8 bilhões de seres humanos conectados. Essas 5 bilhões de pessoas irão representar trilhões de dólares fluindo para a economia global. Estes novos potenciais consumidores não estarão conectados como fizemos há 20 anos, com um modem de baixa taxa de transmissão de dados. Estas pessoas estarão se conectando a 1 Mbps e tendo acesso a todo tipo de informações no Google, na nuvem, podendo fazer impressão 3D, usando os serviços da Amazon Web Services, usando a inteligência artificial, como a do Watson, da IBM, e tendo plataformas de crowdfunding e crowdsourcing, afora muito mais coisas relacionadas com medicina, educação e comunicação.
5. Grandes mudanças nos atuais sistemas de saúde

As instituições de saúde que conhecemos hoje sofrerão grandes abalos, e algumas desaparecerão, em função do surgimento de novos modelos de negócios na área. Estes modelos atuarão de forma muito mais cuidadosa, tendo significativos ganhos de qualidade e eficiência e tornando os procedimentos muito mais baratos do que os existentes atualmente. Milhares de startups já começaram a fazer a diferença no setor. Grandes empresas, como a Google, Apple, Microsoft, SAP e IBM estão entrando com tudo nesta lucrativa indústria de saúde. Estima-se que US$ 3,8 trilhões de dólares serão criados com os novos modelos de negócios que deverão desmaterializar, desmonetizar e democratizar o sistema burocrático e ineficiente de hoje. Sensores biométricos e Inteligência Artificial (IA) deverão estar presentes no dia a dia das pessoas, e nos farão donos da nossa própria saúde. O sequenciamento genômico em grande escala a preços irrelevantes e os softwares que aprendem de forma semelhante a evolução humana, nos permitirão compreender as causas do câncer, das doenças cardíacas e das doenças neurodegenerativas, e o que fazer para curá-las. Cirurgiões robóticos, que já estão fazendo a diferença nas operações, poderão realizar procedimentos cirúrgicos de forma autônoma, com perfeita exatidão a custos irrisórios. As pesquisas de regeneração de órgãos estão evoluindo a taxas crescentes, permitindo que dentro de dez anos tenhamos tecnologia para regenerar o coração, o fígado, o pulmão e os rins em vez de aguardar o doador morrer, como acontece atualmente.
6. Realidade Aumentada

Os investimentos realizados pelo Facebook (Oculus), Google, Microsoft (HoloLens), Sony, Qualcomm, HTC e outros, nos levarão a uma nova geração de máquinas que permitirão termos uma experiência totalmente nova na forma de nos comunicarmos e transferir informações.
A tela como conhecemos hoje – no seu telefone, seu computador e na sua TV – vai desaparecer e será substituída pelos novos modelos tecnológicos de óculos, semelhantes ao que os “fashionistas” estão usando hoje. O resultado será uma ruptura massiva num grande número de indústrias, abrangendo desde o segmento de consumo de varejo, até o mercado imobiliário, de educação, viagens e entretenimento.

  1. Inteligência Artificial

Pesquisas e estudos sobre inteligência artificial progredirão a passos largos durante a próxima década. Se você acha que a assistente do seu smartphone  é útil agora, a próxima geração será muito mais parecida com JARVIS do filme Homem de Ferro, com capacidades expandidas de compreender e responder. Empresas como IBM Watson, DeepMind e Vicarious continuarão desenvolvendo a próxima geração de sistemas de Inteligência Artificial. Em uma década, será normal para você dar acesso à AI (inteligência artificial) para ela ouvir todas as suas conversas, ler todos os seus e-mails e escanear as informações sobre a sua biometria.

  1. Blockchain

Se você ainda não ouviu sobre a blockchain, é recomendável entender um pouco sobre o assunto. Você já deve ter ouvido falar sobre bitcoin, que é uma moeda criptografada (global), democratizada e extremamente segura, baseada no blockchain.
No entanto, a verdadeira inovação é o blockchain, um protocolo que permite fazer de maneira segura e direta (sem intermediadores), transferências digitais de valores e bens (dinheiro, contratos, ações). Investidores como Marc Andreesen têm aplicado dezenas de milhões de dólares no desenvolvimento do blockchain, e acreditam que esta seja uma oportunidade tão importante quanto a criação da própria internet.

 

A fim de continuar situando a reflexão proposta, a Organização das Nações Unidas também definiu em 2015, com inúmeros países, os objetivos de Desenvolvimento do Milênio que incluíam problemas definidos mundialmente, bem como metas a serem superadas, pois ainda se constituem como desafios globais. São eles:

Objetivo 1: Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; Objetivo 2: Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; Objetivo 3: Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos; Objetivo 5: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; Objetivo 6: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos; Objetivo 7: Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos. Objetivo 8: Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos. Objetivo 9: Construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação. Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles. Objetivo 11. Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Objetivo 12. Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis. Objetivo 13. Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.Objetivo 14. Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade. Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis. Objetivo 17. Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.[26]

 

A terceira referência considerada aqui relevante e que aponta problemas mundiais vigentes e vindouros no cenário mundial é a Bíblia, seguida por mais de 2,18 bilhões de pessoas pelo mundo ou por 31,5% da população mundiallistando as seguintes temáticas mundiais:

 

  1. Destruições em massa; 2. Engano mundial; 3. Guerras e rumores de guerras de nação contra nação; 4.Fomes; 5. Terremotos em vários lugares;6. Intolerância e perseguição religiosa; 7. Trairão e odiarão uns aos outros; 8. Aumento da maldade; 9. Falta de amor e empatia; 10. Falsos cristos, mestres, gurus e profetas; 11. Oscilações climáticas naturais de toda; 12. Aparecimento de pestes e doenças desconhecidas; 13. Homens amantes de si mesmos; 14. Avarentos e presunçosos; 15.Soberbos e blasfemos; 16. Desobedientes e ingratos; 17. Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores; 18. Cruéis, sem amor para com os bons; 19. Traidores e orgulhosos; 20. Vivendo a aparência de piedade, mas negando a eficácia dela; 21.Corruptos de entendimento; 22.Homens maus e enganadores. (Bíblia)

 

A quarta referência listada é o The Millennium Project que traz quinze problemáticas ou desafios mundiais para o futuro. Seguem os desafios:

 

1. Como o desenvolvimento sustentável pode ser alcançado para todos, ao mesmo tempo em que aborda as mudanças climáticas globais? 2. Como todos podem ter água limpa suficiente sem conflitos? 3. Como o crescimento populacional e os recursos podem ser equilibrados? 4. Como a democracia genuína pode emergir de regimes autoritários? 5. Como a formulação de políticas pode ser mais sensível às perspectivas globais de longo prazo? 6. Como a convergência global de tecnologias de informação e comunicação pode funcionar para todos? 7. Como as economias de mercado éticas podem ser encorajadas a ajudar a reduzir o fosso entre ricos e pobres?8. Como a ameaça de doenças novas e emergentes e microrganismos imunes pode ser reduzida? 9. Como a capacidade de decidir pode ser melhorada à medida que a natureza do trabalho e das instituições muda? 10. Como os valores compartilhados e as novas estratégias de segurança reduzem os conflitos étnicos, o terrorismo e o uso de armas de destruição em massa? 11. Como a mudança de status das mulheres pode ajudar a melhorar a condição humana? 12. Como as redes de crime organizado transnacional podem ser impedidas de se tornarem empresas globais mais poderosas e sofisticadas? 13. Como as demandas crescentes de energia podem ser atendidas com segurança e eficiência? 14. Como os avanços científicos e tecnológicos podem ser acelerados para melhorar a condição humana? 15. Como as considerações éticas podem ser incorporadas mais rotineiramente às decisões globais?[27]

 

Diante de listas tão extensas de questões complexos de nível mundial, elencados por diferentes referências as vezes de maneira muito otimista, como o caso dos blockchains, por exemplo, mais ainda assim pertinentes, possivelmente cresça o sentimento de impotência da maioria da população visto que parte desta será alvo destes problemas. Inclusiveem face das iniciativas mundiais para resolver estas questões e dos desafios globais feitos aos “pensadores e solucionadores” desta geração, por meio dedesafioscomo o do empresário e multibilionário, Peter Diamandis sabe-se que os problemas são planetários.

Diamandis sugere que para ser um bilionário é preciso ser capaz de impactar a vida de um bilhão de pessoas[28], fomentando a ideia de que a vida de um empreendedor pode salvar muitos. Por mais equivocado que parece ou sensacionalista, alguma spessoas tem investido e realizado feitos sob esta premissas. No formato de Peter Diamandis, porém, as soluções são consumidas pela maioria e não desenvolvidas pela maioria. Esta mentalidade bilionária pode ser perigosa, pois além de paracer megalomaníaca, tende a deixar a maioria das pessoas à margem do processo de solução, reforçando a massa gigante de consumidores, em grande parte ignorante, acerca dos problemas e das soluções.

Compreender o papel dos seres humanos neste processo cada vez mais automatizado, hiper-rápido e conectado da Internet das Coisas, de máquinas que aprendem (machinelearning), inteligência artificial, neural etc. ganha espaço e notoriedade cada vez maior, especialmente porque a solução tecnológica, via de regra, é desconhecida, cada vez mais específica, é excelente e funciona por um custo cada vez menor com pouca força de trabalho, ou seja, com o envolvimento de poucas pessoas. Portanto, a solução tecnológica em grande escala é uma combinação, ao mesmo tempo, ótima e complexa, embrutecedora e refinada, pode envolver muitos ou poucos usuários e poucos criadores ou desenvolvedores humanos ou humano-máquinas, já que o hibridismo humano-tecnológico trata-se de uma realidade.

Descreve-se em mais detalhes a escalada mundial do trabalho humano que vem sendo substituído por máquinas em que funções mecanizadas ou automatizadas estãorpesentes em máquinas de café, serviços de telemarketing, cobrança de ônibus ou venda de bilhete de metrô, caixas de banco e supermercado, atendente de restaurantefastfood como o McDonaldse outros, pois a tendência prossegue em crescimento.A título de exemplo cita-se o aplicativo Waze, excelente em sua função de informar comunitariamente acidentes, percursos com maiore menortrânsito, ótimo para direcionar caminhos e rotas de acesso. Foi criado por uma pessoa, desenvolvido por algumas e utilizado por milhares. Contudo, poucos sabem como funciona e como foi criado e, cada vez menos, as pessoas sabem ir e vir sem aplicativos como estes, que “pensa e decide” por nó.

Um processo que pode serembrutecedorjá replicado para outros produtos. Todos os dias algoritmos são criados, existem novos APPs paraquase tudo, recursos online para qualquer coisa e máquinas para muitas operações. Basta um clique ou um link para resolver o que, muitas vezes, não se sabe nem dimensionar ou explicar.Portanto, para a maioria das pessoas a solução parece pronta, espontânea, automática ou mágica, consome soluções semterideia do modo como os problemas são resolvidos. Cada vez mais, “problema e solução” se tornam distantes do ser humano-consumidor. O indivíduo tem perdido a capacidade de envolver-se com a solução do problema, em parte porterdelegado às máquinas e às tecnologias estas tarefas sem saber como funcionam e,por outra, por se tornar gradativamente mais refém da ignorância cognitiva e digital, afinal não são educados a pensarem a realidade nem a percebê-la.

A noção, a sensação de que as barreiras diminuíram, os acessos aumentaram, as conexões são mais abundantes e rápidasinquieta, pois nesta realidade conectiva e tecnológica se éengolido pela máquina ou aengolena forma de nanoequipamentos que monitoram a saúde ou aumentam capacidades e habilidades humanas, sejam motoras ou cognitivas. A percepção desta hibridização e de quem a conduz mostra-secada vez menor ou sutil, cuja sensação de automatismo e prontidão revela-sesedutora e é propagandeada na forma de sonho, desejo e saúde. Assim, as soluções criadas por alguns para resolverem os problemas de muitos assemelham-se amágicas e os usuáriosnão entendem como funciona tampouco são capazes de recriarem ou interferirem no processo ou no produto.

A história da tecnologia, por paradoxal que pareça, realiza-se por avanços sistemáticos e constantes cada vez mais rápidos, mas não são produtos casuísticos. Os avanços tecnológicos são resultado de um processo contínuo de investimento em pesquisa, para a melhoria constante de diversos produtos, da necessidade de solução de problemas, do investimento de empreendedores pequenos e gigantes e também de pensadores, educadores que, em suas diferentes esferas, estão à frente de seu tempo, pensando a história antes dela para o bem comum epara a educação das nações. Cita-se os drivelesscars ou carros sem motoristas,exemplo atual deste processo contínuo e paulatino de pequenos avanços técnicos e digitais consumidos por segurança, entretenimento que, hoje, culminam em tecnologia autodirigível. Antes de se tornarem carros autodirigíveis ajustes foram feitos e acessórios  adicionados.Computadores de bordo, câmera de ré; bluetooth; wi-fi; air bagautodisparáveis, chaves inteligentes, freios elétrico-hidráulicos, GPS, assistente de estacionamento, projeções virtuais no console, entre outros recursos, foram incrementados e, em breve, serão carros que não precisarãode motorista, além de teremrecursos mais surpreendentes com menor participação do ser humano, como os modelos da empresa Tesla, de EllonMusk.

Neste trabalho, parte-se do pressuposto de que quanto mais o cidadão estiver ciente e sensibilizado com as mudanças e seus fins, melhor poderá preparar-se para apropriar-se dos recursos tecnológicos e digitais não sendo, portanto, apropriado por eles.  Desse modo, poderá antever os fatos e desenvolver consciência do mundo e da Internet das Coisas que se conectam entre si, sendo capaz de mobilizar sua própria comunidade em prol de soluções que colaborem quando nas intempéries locais do grupo de forma criativa, colaborativa e autônoma.Viver em uma sociedade potencialmente tecnológica, onde a exponencialidade esteja a serviço do humano e ao alcance da maioria de forma inteligente e conhecida, pode ser uma alternativa de minimizar o império da ignorância, no qual a tecnologia “pensa” pelas pessoas,enquanto estasdeixamcadavez mais de pensar, de se aprofundar e ficam sem saber fazer.

Esta reflexão passará inevitavelmente sobre a questão da filosofia da tecnologia já discutida inicialmente por Ernst Kapp (1808-1896), a respeito do conceito de tecnologia e técnica em si, estudada por Heidegger.  Para ele, o mundo em si pertence à tecnologia (2008,p. 11-38). Para além disso, a proposta é aprofundar para conhecer o referencial teórico crítico e determinista do francês Jaques Ellul e seu aparente pessimismo tecnológico. A visão da técnica e tecnologia do autor, em seu livro The Technological Society, de 1964, oferece arcabouço teórico consistente para compreender dialeticamente a noção “da técnica moderna” (tecnologia), sociedade e self, e sua assertiva de que a técnica domina o humano.

Para este pensador, a técnica é autônoma e, mesmo que o homem seja seu criador, esta, uma vez criada, desenvolve-se de maneira independente e, em grande medida, controla o humano e o não-humano. A emancipação é remota e resignada. Será que vivemos um tempo de pessimismo tecnológico como o descrito por Jaques Ellul? Em que medida o humano dita a máquina ou a máquina dita o humano, em que nível há a autonomia, não autonomia ou convivência. Estas relações são alvo do percurso reflexivo a ser feito neste trabalho, pois ainda estão sendo respondidas e são importantes para compreender a relação humano-técnica ou técnico-humana.

Por outro lado, outras referências serão consultadas, como Wanderlynne Selva, autor do prefácio de Futuros Imaginários, de Richard Barbrook, “O futuro é o que sempre foi”. Segundo ele (2009, p. 31),“O determinismo tecnológico não molda o futuro da humanidade: quem constrói o futuro é a humanidade em si, usando novas tecnologias como ferramentas.”

A tecnologia é aparentemente familiar e intrínseca ao desenvolvimento da sociedade moderna, pode ser ao mesmo tempo essencial e assustadora na práxis cotidiana ou pode ser cíclica e ter um aparente discurso de novidade que, na realidade,repete-se e se renova em suas repetições e no desejo do homem pela promessa do futuro, como Richard Barbrookmencionar: “O presente está em constante mudança, mas o futuro imaginário é sempre o mesmo” (2009, p. 44).

Os Futuros imaginários de Richard Barbrook[29] (2009) são uma referência importante para refletir e explorar acerca do futuro concebido ontem e hoje – o “futuro é o que sempre foi” (BARBROOK, 2009, p. 31) – e a possibilidade da tecnologia estar a serviço do ser humano e não o contrário, contrapondo-se à visão mais pessimista acerca do futuro da humanidade ou devisões mais otimistas sobre as “benesses inovadoras” da tecnologia.

Para o referido autor, as máquinas e as tecnologias são potencialmente vistas como recursos vitais, acessórios, importantes ou secundários, no cotidiano e no futuro das relações com os humanos e não humanos. Como as pessoas veem ou imaginam o futuro e a rotina com a tecnologia importa para este trabalho. Por essa razão, a inserção de Barbrook(2009) traz riqueza como recurso teórico e reflexivo.

Esta e outras análises têmsido realizadas por pensadores ilustres sob inúmeros olhares. Entre muitos outros, Andrew Feenberg, fornece uma contribuição equilibrada e consistente, pois capaz de explicar o papel e a função da tecnologia, seu domínio, convivência e equilíbrio na medida daquilo que será necessário neste trabalho. Neste diapasão, cita-se uma simplificada consideração de Feenbergreferente à tecnologia:

Você defende a teoria crítica para tratar da tecnologia em oposição ao determinismo e ao substantivismo. Quais suas razões para isso? Quando eu trabalhava com computadores, tinha muitos contatos de alto nível no mundo dos negócios; conheci muitas pessoas importantes. Certa vez, o vice-presidente da segunda maior companhia de computadores do mundo levou-me para almoçar e perguntou qual era minha visão sobre o futuro da computação pessoal. Eu disse para mim mesmo: se eu, um estudante de Marcuse, sou um especialista no futuro da tecnologia falando com esse vice-presidente, então ninguém sabe nada! A tecnologia não pode ser determinista se ninguém consegue prever o futuro. As teorias deterministas são simplesmente o que chamamos em inglês “justsostory” [“estória de porque é assim”]. RudyardKipling escreve essas estórias, todas se desenrolam assim: ‘por que as girafas têm pescoço comprido? Porque elas se esticam em direção às folhas mais altas e cada geração de girafas estica um pouco mais seu pescoço e, assim, elas acabaram como as vemos hoje’. Você pode criar qualquer estória que quiser para mostrar porque as coisas têm que ser do modo como se tornaram. O determinismo é somente uma estória feita para mostrar porque as coisas têm que ser como são. Na realidade, há sempre escolhas e alternativas. Quanto ao substantivismo… Essa é uma questão diferente, porque é um argumento distópico vindo de Heidegger e Marcuse. No pensamento deles, a tecnologia domina tudo. O que vimos no final de 1970 e no início de 1980 com a ecologia, os computadores, os avanços médicos foi que o sistema era muito mais fraco do que eles tinham pressuposto. Há um lugar para a agência humana que as teorias deterministas e substantivistas eliminam. Elas fazem parecer que a tecnologia tem sua própria lógica de desenvolvimento, mas nós descobrimos que podemos agir e mudar a tecnologia, portanto essas teorias não podem ser verdadeiras.[30]

Ciência, tecnologia, inovação e inclusão social. Em sua trajetória de mais de quinzeanos, o Instituto foi protagonista em processos que colaboraram para o estabelecimento do conceito de tecnologia social e da tecnologia assistiva no Brasil, impulsionando projetos em sua prática pela articulação com governos e sociedade civil. Assim, foi capaz de mostrar, por sua experiência, como criar as pontes que levam às soluções das demandas da população. Para isto, se utilizou de suas próprias tecnologias aliadas à produção de conhecimento a nível nacional. O número de beneficiados, diretos ou indiretos pelos projetos ITS BRASIL, entre 2006 a 2010, totalizou 875.648.[31]

O desafio é rico, importante e prático para história do futuro e, sobretudo para a educação voltada para a ação em tempos hiperconectados, exponenciais e ainda tão humanos.

 

2.3  Obsolescência Produtiva

 

Para justificar a obsolescência produtiva aqui, somam-se as questões já mencionadas

o desgaste de habilidades por conta do envelhecimento ou doenças que podem estar relacionadas às condições de trabalho; a atrofia de habilidades devido ao uso insuficiente; a obsolescência específica do trabalho devido a mudanças tecnológicas e organizacionais; a obsolescência específica de diversos setores devido a mudanças no emprego; a obsolescência de habilidades específicas da empresa por conta do deslocamento.[32]

 

Portanto, do micro ao macro, da casa àescola e desta para as instituições e governos, todos vivem em “cidades mundos” desiguais e vorazmente complexos.

A obsolescência consiste emum termo mais comum na língua inglesa e remete tradicionalmente ao serviço, bem ou produto que passa a ser inútil, emborapossa ser usado ou estejaem bom funcionamento, devido aosurgimento de algo tecnologicamente melhor, mais eficiente, mais atual[33].  A obsolescência planejada é também um termo comum e preceituado no Código de Proteção e Defesa do Consumidor Brasileiro,[34] onde os produtos são programados para durarem um determinado tempo, e,então, seremsubstituídos para darem lugar ao consumo de um novo bem, produto ou serviço.A prática consumista torna-se,assim, estimulada pelo mercado e pelo sistema que diminuema vida útil de um produto em detrimento do outro em vista do lucro.

O fenômeno industrial e mercadológico da obsolescência programada tem sua origem na década de 20, quando o presidente da General Motors gerou nos consumidores o desejo constante por efetuar a troca de automóveis ao adotar como expediente a alteração anual dos respectivos modelos e acessórios. Surgiu, então, o processo da descarte, utilizado pelos países capitalistas nas décadas de 30 e 40 que, para a retomada do crescimento econômico, produziam bens de consumo com durabilidade reduzida, levando o consumidor a adquirir novos produtos em intervalos menores de tempo[35].

O termo “obsolescência humana” é também usado por Marilda Merência Rodrigues[36]  em sua tese de doutoramento,onde discorre sobre a ideia da obsolescência:

A educação ao longo da vida instituída como política educacional sustenta-se numa concepção de tempo e história que visa a construção de uma nova subjetividade, de um sujeito em eterna obsolescência (RODRIGUES, 2008, p. 45).

 

e que assim, constrói-se gradativamente a idéia de obsolescência curricular e de uma cultura escolar não significativa por meio de inúmeras “constatações” de que a baixa qualidade da educação, precisamente escolar e pública, e seus conteúdos não conseguem dar respostas suficientes à demanda por produção de conhecimentos em nível mundial e às mudanças no mundo do trabalho (RODRIGUES, 2008, p.89).

Portanto, a multiplicidade dos problemas, a magnitude, as especificidade das questões humanitárias e as complexidades espacial e temporal dos problemas urbanos e rurais, sejam mundiais ou locais, criarão um abismo ocupado por humanos produtivamente obsoletos, uma vez que muitos estarão despreparados para as exigências produtivas das cidades digitais e tecnológicas. Convém ressaltar que muitas escolas e empresas ainda não compreendem a urgência de mudar a mentalidade e preparar pessoas para estas mudanças rápidas e urgentes.

Um estudo do MIT Sloan Management Review e da Capgemini Consulting descobriu que as empresas agora enfrentam um imperativo digital: adotar novas tecnologias de forma eficaz ou enfrentar a obsolescência competitiva. Embora haja consenso sobre a importância de adotar a tecnologia digital, a maioria dos funcionários considera o processo complexo e lento. Muitos dizem que seus líderes não têm urgência e não compartilham uma visão de como a tecnologia pode mudar os negócios. As empresas que obtêm sucesso tendem a ter líderes que compartilham sua visão e definem um roteiro, criam autoridade interorganizacional para adoção e recompensam os funcionários por trabalharem para isso.[37]

 

Os indivíduos que moram em centros urbanos, onde esta realidade é pujante etem pouca profundidade, pouca elaboração cognitiva, dificuldade na leitura raciocínio parcamente desenvolvido, baixa estimulação e são ao mesmo tempo iletrados digitais, ou seja, analfabetos digitais,terão dificuldade de compreender o mundo digital, de manter sua autonomia, auto gerir-se e sustentar-se em um mundo articulado por grandes marcas, gurus e máquinas inteligentes que aprendem, com ênfase no consumo, reduzindo o cidadão a expectador e consumidor. Indivíduos orientados por máquinas terão dias marcados por um futuro incerto, manipulado e preocupante.

Embora exista muito entusiasmo e sedução com o potencial e o alcance das tecnologias no mundo e nas cidades inteligentes, há muito para pensar sobre o ecossistema realmente saudável e sobre o alcance, o escalonamento, oequilíbrio, os prazos, o financiamento, a sustentabilidade e o envolvimento de toda esta tecnologia com todas as pessoas e com a educação, uma vez que o acesso, a compreensão e a situação decidades e escolasainda é desconexa e pouco se parece com a realidade conectada prevista, possível e desejada. A cidade, a educação ea tecnologia têm de fazer sentido, tem de ter fundamentação e tem de ser para todos. Este é o desafio de sempre e também do futuro!

De acordo com a Internet World Stats,[38]  o Brasil é o quinto maior país do mundo, o sexto país mais populoso e o sétimo país em uso da internet, em crescimento desde 2000. No entanto,o acesso à internet, conforme a pesquisa TIC Domicílios, realizada anualmente pelo Comitê Gestor da Internet (CGI), é de 50% das residências brasileiras, onde a qualidade da conexão depende do grau de renda e região. “Enquanto 96% das famílias brasileiras de alta renda têm internet de alta velocidade, 2% da população com menor poder de compra ainda usa internet discada” segundo a Agência Brasil[39]. Para corroborar com a relevância desta reflexão, a Unicef apresentadados importantes a serem analisados.

O acesso à web é considerado pela Unicef um indicador de desigualdade. O relatório Situação Mundial da Infância 2017mostrou que29% dos jovens entre 15 e 24 anos não têm acesso à internet. São 346 milhões de pessoas. Na África, esse índice é de 60%, enquanto na Europa não passa de 4%. No Brasil, o estudo TIC Domicílios 2017, divulgado no fim de julho pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br), apontou que mais de um terço das residências (27 milhões) não têm acesso à internet. Se forem consideradas apenas as classes D e E, o índice de desconectados chega a 70%. O principal motivo reside no custo do serviço, seguido da falta de habilidade para navegar na web.

Outros dados reforçam ser preciso ter enorme cautela antes de se deixar seduzir pelaIoT e pelas cidades smartcomo um caminho suave certo e romântico. Seguem, assim, perspectivas para o futuro nos próximos anos, a partir de 2015, segundo um interessante estudo empresarial sobre Tendências e Visões +15,[40] realizado pela Fundação Telefônica Vivo que partiu, sobretudo, da percepção dos colaboradores.

Em 2015, foram identificados 15 temas/tendências: Autoformação e novas formas de aprendizagem; Ativismo e representação social; Novas fronteiras legais; Life Tracking; Pluralidade e Diversidade; Novas formas de trabalho e carreira; Consciência e Bem estar; Hiperconexão; Reconfiguração das cidades; Inteligência Artificial; Convergência Tecnológica; Produção descentralizada; Economia de recursos; Consumo compartilhado; e Novos Modelos de Investimento Social.

O estudo contempla não apenassessentasubtemas, assim como seis cenários possíveis de investimento, com 290 iniciativas inovadoras mapeadas, além das controvérsias das tendências, ou seja, questões que podem ser riscos, mas também assinalam oportunidades de atuação. Em todas as etapas e iniciativas é necessário fomentar e instrumentalizar o indivíduo e a sua comunidade para o exercício de cidadania buscando a construção coletiva e participativa nas soluções por cidades inclusivas, saudáveis e educadoras.

Atual e relevante, ainda para situar a desigualdade na qual o mundo está imerso dificultando a democratização do saber e os acessos aos recursos e a escolaridade[41] entre outras questões, a Oxfam[42]publicou em Davos, Suíça, no Fórum Econômico Mundial um relatório que menciona o Brasil entre os países de maior desigualdade mundial.

E a riqueza está ainda mais concentrada: 43 pessoas tinham juntas a mesma renda que toda a metade mais pobre da população do planeta em 2017. Em 2018, esse abismo aumentou: bastaram 26 ricos para ganhar o mesmo que 3,8 bilhões de pessoas. […] Segundo o relatório, no Brasil, os 10% mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos do que os 10% mais ricos.“Um dos países mais desiguais do mundo”, lembrou WinnieByanyima, diretora-executiva da Oxfam.Se a expectativa de vida nas áreas mais ricas de São Paulo é de 79 anos, nas mais pobres da cidade ela é de apenas 54 anos.[43]

 

2.4 STEAM – Educação Integrativa

 

Inicialmente, discorrer-se-ásobre o conceito de STEAM Learning:

Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), anteriormente Ciência, Matemática, Engenharia e Tecnologia (SMET), é um termo usado para agrupar as disciplinas acadêmicas. Este termo é tipicamente usado para abordar políticas educacionais e escolhas curriculares nas escolas para melhorar a competitividade em ciências. e desenvolvimento de tecnologia. Isso tem implicações para o desenvolvimento da força de trabalho, preocupações com segurança nacional e política de imigração. O acrônimo passou a ser de uso comum logo após uma reunião interinstitucional sobre educação científica realizada na Fundação Nacional de Ciências dos EUA [presidida pela então diretora da NSFRita Colwell. Um diretor da Divisão de Desenvolvimento da Força de Trabalho para Professores e Cientistas do Instituto de Ciências, Peter Faletra, sugeriu a mudar da antiga sigla SMET para STEM. Colwell, expressando alguma antipatia pelo acrônimo mais antigo, respondeu sugerindo à NSF que mudasse. No entanto, a sigla STEM  competitividade no desenvolvimento da ciência e tecnologia. Isso tem implicações para o desenvolvimento da força de trabalho, preocupações com segurança nacional e política de imigração. O acrônimo passou a ser de uso comum logo após uma reunião interinstitucional sobre educação científica realizada na Fundação Nacional de Ciências dos EUA [presidida pela então diretora da NSFRita Colwell. Um diretor da Divisão de Desenvolvimento da Força de Trabalho para Professores e Cientistas do Instituto de Ciências, Peter Faletra, sugeriu a mudar da antiga sigla SMET para STEM. Colwell, expressando alguma antipatia pelo acrônimo mais antigo, respondeu sugerindo à NSF que mudasse. No entanto, o acrônimo STEM antecede a NSF e provavelmente remonta a Charles Vela, fundador e diretor do Centro para o Avanço dos Hispânicos na Educação em Ciências e Engenharia (CAHSEE). No início dos anos 90, o CAHSEE iniciou um programa de verão para estudantes sub-representados talentosos na área de Washington, DC, chamado Instituto STEM. Baseado no sucesso reconhecido do programa e sua experiência em educação STEM. Charles Vela foi convidado a participar de numerosos painéis da NSF e do Congresso em ciência, matemática e engenharia; é dessa maneira que a NSF foi introduzida pela primeira vez na sigla STEM. Um dos primeiros projetos da NSF a usar a sigla] foi a STEMTEC, a Colaboração em Educação de Professores de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática da Universidade de Massachusetts Amherst, fundada em 1998. [44]

 

Este conceito de STEM (1990) nasceu de um movimento surgido nos Estados Unidosa partir da constatação de que o modelo de ensino encontrava-sedefasado em relação à tecnologia crescente na sociedade e de que existia uma potencial e prejudicial escassez de mão de obra. Foi concebido inicialmente para  abordar Ciência (Science), Tecnologia (Technology), Engenharia (Engineering) e Matemática (Math) e tornou-se mais conhecido em 2010, onde os mesmos são  conhecimentos,práticas evalores integrados.

De acordo com Rodger W. Bybee, autor do livro The case of STEM education, a metodologia STEAM muda de acordo com o contexto onde é aplicada. No caso do ambiente escolar, essa metodologia é considerada uma forma integrada de conhecimento que leva o estudante a pensar além das fronteiras e a partir destas disciplinas. O conceito de STEAM acrescenta em inglês o “A”, de Artes, ao acrônimo, sendo capaz de reunir temas relevantes para a humanidadepor meio decultura, entretenimento e tecnologia.

O objetivo maior é desenvolver os conceitos das cinco áreasde maneira estruturada, integrada, inovadorae alternativa em que os alunos aprendempor meio de projetos e experimentação, decifrando e sentindo cada etapa. O processo pode ser construído de forma lúdica, com recursos interativos ou através de projetos, entre outras formas. O mais importante é compelir o estudante a vivenciar conceitos e construir convicções, experimentando e resolvendo concomitantemente dentro do processo ou desafio no qual ele está envolvido. Buscando soluções, saindo do conceito formatado previamente e explorando possibilidades, suas próprias habilidades, seus recursos e o senso crítico que se quer aprimorar para se prepararem para o hoje e para o breve futuro disruptivo e exponencial no qual já vivemos e viveremos intensamente.

O papel do professor, nessa proposta,consiste em conduzir os alunos lado a lado, como parceiro e influenciador que tem parte do saber e quer construir para seguir aprendendo junto, oferecendo apoio a si mesmo e com os recursos necessários.[45]

A aprendizagem, na Educação STEAM, parte principalmente de um problema apresentado pelo professor que vai ser trabalhado com os alunos. Não é algo tradicional. Eles aprendem a partir da prática e da investigação, partindo desse problema, que vai envolver as áreas que compõem o nome STEAM.

A abordagem STEAM deixa de se preocupar com disciplinas e não as vê separadamente tão pouco tem como meta um vestibular, mas trabalha por projetos, exigindo uma mudança curriular e preparo dos professores que podem ser treinados a olhar o mundo de forma holística, completa e, portanto, natural e não fragmentada. O currículo é construído para abarcar temas e/ou competências e não disciplinas separadas ou preparação para provas. A ideia é sempre integrar professores devidamente preparados, conceitos, disciplinas, espaços e recursos para que, na convergência, construa-se um conhecimento baseado em múltiplos saberes.

Hoje, no Brasil, algumas escolas particulares, principalmente, já adotam o STEAM ou trabalham parcialmente neste formato. Neste trabalho, ao reunir os três conceitos, STEAM, Maker e Social se quer refletir sobre uma proposta mais democrática para esta abordagem.

As ferramentas da abordagem STEAM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) podem propiciar caminhos mais atrativos para um novo ensino médio, cujo formato está sendo alterado no país e o currículo construído com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essa é avaliação de Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare, que participou do Educação 360 falando um uma mesa sobre “Steam nas Reformas — BNCC e Ensino Médio — e Cultura Digital no Brasil” com Alexsandro Santos, doutor em educação do Instituto Unibanco; Lilian Bacich, fundadora da Tríade Educacional; e Sérgio Ghiu, professor e educador maker do Colégio pH.”

O Brasil vive um contexto de reformas na educação. No começo de 2017, o presidente Michel Temer (MDB) assinou a medida provisória que mudou o formato do ensino médio: nasceram os caminhos formativos e diminuíram os conteúdos obrigatórios. Essa alteração, porém, só será efetivada após a aprovação da Base Nacional Comum Curricular desta etapa de ensino, que ainda está em debate no Conselho Nacional de Educação (CNE). Anna afirma que o texto da BNCC apresenta uma série de competências gerais que requerem “abordagens pedagógicas diferenciadas”, segundo a especialista. E, diz ela, as ferramentas do Steam ajudam para atingir esses objetivos.

— Essas competências gerais são, em resumo, os objetivos da educação. Mais do que o desenvolvimento intelectual, o integral. Isso inclui aspectos como pensamento crítico, criatividade, capacidade para encontrar solução para problemas, desenvolvimento de argumentação, trabalho colaborativa, bom uso de tecnologia, responsabilidade e autonomia — afirma Penido: — Essas coisas todas requerem abordagem pedagógica diferenciada. Não dá para ensinar com aula expositiva. É melhor que os alunos coloquem a mão na massa, o que é uma característica do movimento Steam.

— Se não prerescer se não investir muito fortemente em educação e no capital humano. Cerca de 50% das atividades de trabalho poderão ser automatizadas até 2065, temos de preparar nossos alunos para essa realidade que virá – disse Mól.

É para esse cenário que a educação STEAM oferece soluções, subvertendo o método tradicional e passivo de ensino. Mól afirmou que não se trata somente de aumentar a carga horária das disciplinas exatas e de tecnologia, mas de mudar o comportamento de professores e alunos.

– É um método onde os alunos têm um protagonismo enorme no processo de aprendizado. O STEAM tem foco em criatividade, imaginação e inovação. É uma aprendizagem mão na massa, apresentar um problema para que os alunos busquem soluções, fazer com que eles tenham o tempo todo capacidade crítica (Trechos de falas e dados publicados em https://extra.globo.com/noticias/educacao/educacao-360/especialistas-defendem-steam-na-bncc-para-tornar-ensino-mais-atrativo-23247401.html)paramos os jovens para serem partícipes integrais desse momento marcado pela tecnologia, estaremos condenando o Brasil a ficar para trás no nível civilizatório global. Eles não podem participar dessa sociedade da superinformação só como consumidores. Mas que sejam coprodutores e se sintam parte da rede de produção de conhecimento — defende Alexsandro Santos

Diretor de operações do SESI (Serviço Social da Indústria), Paulo Mól mostrou que 70 milhões dos adultos brasileiros não têm o ensino médio completo e que 6,9 milhões dos jovens entre 18 e 24 anos não estudam nem trabalham, cenário preocupante para o desenvolvimento nacional.

– Nenhum país almejará c

Gustavo Pugliese traçou as origens do movimento STEAM, na década de 90, nos Estados Unidos e afirmou ter ganho popularidade neste século, como resposta a uma escassez de profissionais para áreas tecnológicas do futuro.Nas suas palavras: “Ficou impossível ignorar que o mundo ao redor da escola havia mudado. O STEAM é um currículo contemporâneo, que traz coisas que os alunos jamais iriam aprender na escola”.

O SESI á vem há quatorze anos e trabalhando paulatinamente com lampejos do STEAM, desdea inserção de robótica no currículo até a alteração da estrutura curricular para abraçar de forma cada vez mais integra esta proposta. O SESI divulgou melhora nos seus resultados acadêmicos, especialmente se comparado a outras instituições que atendem o mesmo perfil de alunos.

2.6 Instituto de Tecnologia Social

 

Serão explorados perspectivas e conceitos de tecnologia social na perspectiva trabalhada pelo Instituto de Tecnologia Social do Brasil no que “compreende produtos, técnicas e/ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que represente efetivas soluções de transformação social” (RTS, 2011, s/id).Refletir através de projetos do ITS BRASIL e FabLabevidencia o processo e a relevância do envolvimento comunitário, contínuo, autossustentável e autônomo do cidadão na solução de suas demandas.

O que é a Tecnologia Social? Conjunto de técnicas, metodologias transformadoras, desenvolvidas e/ou aplicadas na interação com a população e apropriadas por ela, que representam soluções para inclusão social e melhoria das condições de vida[47]

 

O ITS Brasil fala por si em seus documentos oficiais indicando objetivos, valores e diálogos. No ITS encontram-se a vontade, a força de trabalho e o desejo político de buscar transformação. Os valores fundantes eram um presente para este trabalho que buscava democratizar a educação e o que nesta pudesse haver de inovador ou de possibilidade para todas as classes interessadas, não apenas para os abastados.

Na argila, abundante e barata, e na construção do torno, portátil, encontrou-se a convergência que unia os valores do ITS Brasil e as características do projeto e do material argílico, dando respaldo e traduzindo a vontade de oferecer acesso aos interessados na integração dos saberes,  na prática e experiência. Desse modo, ocorreu o encontro com os problemas de pesquisa, o desejo de soluça, a base epistemológica e a filosofia de ser do ITS Brasil que emprestaram ao FabLab Livre o direcionamento necessário, servindo à sociedade paulistana, essencialmente, e por enquanto.

NOSSA VISÃO

Ser referência em tecnologia social através da construção e aplicação de soluções inovadoras para as necessidades do mundo atual.

NOSSOS OBJETIVOS
  1. a) Promover, isoladamente ou em conjunto com outras entidades, atividades relacionadas direta ou indiretamente com a pesquisa, educação gratuita e o desenvolvimento de tecnologias, com ênfase no fomento e divulgação das tecnologias sociais, bem como sua difusão e transferência ao setor produtivo;
  2. b) Promover o maior acesso possível à informação e aos meios para adquiri-la, entendendo a democratização da informação como direito social básico;
  3. c) Atuar junto à comunidade carente nos municípios e em quaisquer localidades do território nacional, através de projetos de assistência e desenvolvimento social, educacional e de fomento de políticas culturais e de tecnologia social visando a geração de novos empreendimentos;
  4. d) Participar de processos de criação de tecnologias, sobretudo de inventores e inovadores, auxiliando-os no seu desenvolvimento e na qualificação para a obtenção de seus respectivos direitos de propriedade intelectual;
  5. e) Desenvolver modelos estratégicos de políticas públicas e privadas a fim de fomentar geração de trabalho e renda e o desenvolvimento socioeconômico;
  6. f) Promover, desenvolver e executar a gestão e implementação de programas, projetos e ações ambientais, educacionais, culturais, de saneamento, de saúde, de segurança alimentar e nutricional e outros;
  7. g) Promover e apoiar o desenvolvimento e a formação de recursos humanos, incentivando a atualização profissional e seu aperfeiçoamento técnico, sobretudo nas áreas relacionadas às novas tecnologias;
  8. h) Experimentação, não lucrativa , de novos modelos socioprodutivos e de sistemas alternativos de produção, comércio e emprego;
  9. i) Promover o desenvolvimento humano, a ética, a paz, justiça social, a cidadania, a democracia, o voluntariado e outros valores universais;
  10. j) Estimular os mecanismos de inclusão social e promoção dos direitos humanos e da cidadania, de forma autônoma, ou mediante parcerias e intercâmbios com organizações não governamentais, universidades, poder público, empresas e outras entidades;
  11. k) Firmar convênios ou acordos, com entidades congêneres e afins, públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais, promovendo intercâmbios de mútuo interesse;
  12. l) Prestar serviços de consultoria e assessoria nas áreas de sua atuação, a entidades públicas ou privadas, nacionais, estrangeiras ou internacionais;
  13. m) Desenvolver campanhas educacionais para prover a sociedade de instrumentos necessários ao estabelecimento de políticas de prevenção e proteção ao trabalho em sua área específica de atuação, através do pleno uso dos meios de comunicação;
  14. n) Participar de empreendimentos e sociedades constituídas para a finalidade precípua do desenvolvimento tecnológico com finalidades sociais, inclusive com ações e cotas que permitam ao INSTITUTO viabilizar as finalidades sociais e não lucrativas dos projetos e os recursos para a sua consecução;
  15. o) Promover atividades de pesquisa e desenvolvimento experimental em ciências sociais e humanas;
  16. p) Execução de outras atividades compatíveis com a finalidade do INSTITUTO;
    q) Promover a defesa dos direitos e da causa das pessoas com deficiência, a Tecnologia Social do Emprego Apoiado e a Tecnologia Assistiva.

O ITS BRASIL, com o Fórum Brasileiro de Tecnologia Social e Inovação, além de desenvolver ações voltadas para a inclusão social, tem se preocupado com o uso das tecnologias como ferramentas necessárias para solucionar problemas sociais.

O diálogo entre os saberes populares e acadêmicos se tornam imprescindíveis. As dimensões humana e social estão em primeiro plano. O conhecimento existente na comunidade necessita ser valorizado.

Ao incentivar o debate sobre Tecnologia Social (TS), o ITS BRASIL ressalta o “campo do fazer” e a atuação das instituições da sociedade civil organizada como produtoras do conhecimento de modo a aproximar os problemas sociais de suas soluções.

“Tecnologia Social é a ferramenta que agrega informação e conhecimento para mudar a realidade. Por isso dizemos que ela é a ponte entre as necessidades, os problemas e as soluções que a gente encontra”, explica Irma Passoni, uma das fundadoras do Instituto.

A TS promove educação, cidadania, inclusão, acessibilidade, sustentabilidade, participação e cultura. Pode e deve ser utilizada nas mais variadas localidades do país, desde que adaptada e assumida pela comunidade.

Enfim, a Tecnologia Social “não é um modelo pronto. É uma metodologia em transformação, onde as pessoas que precisam das soluções são parte delas, assumindo o processo da mudança”.

Ainda segundo Passoni, “o fundamental é a inclusão”; por isso, o ITS BRASIL nunca oferece “pacotes” de Tecnologia Social. Constrói soluções com as comunidades. As pessoas se apropriam das soluções, se empoderam, introjetam esse conhecimento e replicam onde existe a realidade a ser transformada.

 

Conheça as 4 dimensões da Tecnologia Social

1. CONHECIMENTO, CIÊNCIA, TECNOLOGIA

A TS tem como ponto de partida os problemas sociais;
A TS é feita com organização e sistematização;
A TS introduz ou gera inovação nas comunidades.

2. PARTICIPAÇÃO, CIDADANIA E DEMOCRACIA

A TS enfatiza a cidadania e a participação democrática;
A TS adota a metodologia participativa nos processos de trabalho;
A TS impulsiona sua disseminação e reaplicação.

3. EDUCAÇÃO

A TS realiza um processo pedagógico por inteiro;
A TS se desenvolve num diálogo entre saberes populares e científicos;
A TS é apropriada pelas comunidades, que ganham autonomia.

4. RELEVÂNCIA SOCIAL

A TS é eficaz na solução de problemas sociais;
A TS tem sustentabilidade ambiental;
A TS provoca a transformação social.

 

 

2.7 Ensino Médio no Brasil (LDB e BNCC)

 

Em face de tantos problemas a serem resolvidos e outros tantos previstos e já citados anteriormente nas palavras das Nações Unidas, da Bíblia e do Millennum Project o ser humano pode estar em uma grande encruzilhada, entre a possibilidade de ser o protagonista de sua história junto à sua comunidade local, aprendendo a resolver seus problemas a partir de suas próprias demandas e referências,  desenvolvendo tecnologias ou pode colocar-se à mercê das soluções mundiais que são distribuídas prontas por diferentes preços ou gratuitamente. A escola pode estar junto ou à parte, este desafio é de cada um também.

A concepção de uma cidadania mais participativa e crítica facilitará a apropriação da tecnologia social em um mundo em crescimento exponencial onde a obsolescência humana deixará à margem muitos que não produzem renda per capita. A negação da autonomia da tecnologia dessenssibiliza o cidadão. O distanciamento do cidadão de sua comunidade dificulta o exercício pleno e engajado da individualidade e da cidadania comunitária aumentando o espaço para manipulação e alienação. Vive-se em um mundo que caminha para a abundância de recursos técnicos, embora haja escassez de criticidade, autonomia, empatia e percepção de que somos os protagonistas da educação que queremos ter na comunidade e no país que queremos ser. Neste sentido, a ignorância cognitiva digital favorece poderosos, marcas e empresas, pois distancia o indivíduo da compreensão de sua história e necessidades.

 

2.8 Excluídos Digitais

 

2.9 Teóricos

 

 

 

 

 

 

 

  1. Questão 1
    “O cenário relatado pode indicar a futura obsolescência produtiva de estudantes na era exponencial?”;
  2. Questão 2
    “A tecnologia social pode ser um diferencial para a educação?”

5) Questão 3
“Uma proposta de STEAM Maker Social para a educação no ensino médio representa uma possibilidade de melhoria na formação dos jovens?”

 

  1. Objetivos e discussão

O objetivo central do trabalho é refletir sobre a proposta STEAM Maker Social para a educação no Ensino Médio.Verificar se esta abordagem serve como alternativa para inibir a obsolescência e exclusão digital. Analisar a possibilidade de incluir estudantes no desenvolvimento de uma sociedade exponencial por meio da metodologia STEAM Maker Socialna educação formal.

 

  1. Resultado “Pesquisa Ação”
    7.1 Exploração e aplicação da argila e a construção do torno elétrico.
    7.2 Processo e Avaliação: integrado, coletivo, de baixo custo, artístico e educativo proposto pela tecnologia social.

 

  1. Conclusão
    Proposições para uma educação mais significativa, integrada e compatível com o futuro.

 

  1. Ganhos e Experiência Pessoal

Elaboração de um livro

Conhecer o ITS

Conhecero FabLab Livre SP (curso de microprocessador Arduino, Kit Rute, scratch.)
Realização do primeiro curso de marcenaria no SESC Pompeia.

Conhecero Espaço Maker do Colégio Makenzie

Curso de ateliê de cerâmica

Conhecero Instituto de Cerâmica.
Curso de App Inventor na Mastertech
Curso de Programação na Mastertech
Oferecimento de oficinas de ThaiDai, Argila, Fotografia para Abrigos (2018)
Conhecera escola-empresa Engenhoteca Sto. André

Conhecera Casa Maker

Conhecero FabLab do Insper

Conhecero Garagem FabLab

 


 

REFERÊNCIAS

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2013.

 

http://www.lajse.org/nov17/22034_Silva_2017.pdf

 

 

  1. Anexos

TORNO PROFISSIONAL

 

Torno Profissonal
Construido no Brasil
Cerca de R$7.000,00
Cerca de 70 quilos
Torno Profissonal
Marca SHIMBO Japonesa
Cerca de R$8.000,00
Cerca de 70 quilos
 

 

 

 

 

 

 

1º Protótipo de torno
para modelaGem de argila: reciclável

2º Protótipo de torno
para modelagem de argila: barato, portátil e acessível

3º Protótipo de torno
para modelagem de argila: barato, portátil, acessível e open source em FabLab Livre

 

   
   
   

 

 

 

[1]Lifelong learning is the “ongoing, voluntary, and self-motivated”pursuit of knowledge for either personal or professional reasons. Therefore, it not only enhances social inclusion, active citizenship, and personal development, but also self-sustainability, as well as competitiveness and employability(Commission of the European Communities: “Adult learning: It is never too late to learn“. COM(2006) 614 final. Brussels, 23.10.2006.). Disponível em:<https://en.wikipedia.org/wiki/Lifelong_learning#cite_note-eurlex-2.> Acesso em: 3 mar. 2019.

[3] Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/18992-pnad-continua-2016-51-da-populacao-com-25-anos-ou-mais-do-brasil-possuiam-apenas-o-ensino-fundamental-completo

[4]Disponível em:  https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/753234/mod_resource/content/1/PIAZZI%20Pierluigi%20Aprendendo%20intelig%C3%AAncia.pdf

[5]Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3579778/mod_resource/content/3/7_Ensinamentos_do_Prof_Pier_Aprender_inteligencia.pdf

[6] BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 23 mar. 2017.

[7] BRASIL. Ministério da Educação; Secretaria de Educação Básica; Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão; Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional de Educação; Câmara de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC; SEB; DICEI, 2013. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448- diretrizes-curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 16 out. 2017.

[8] BORGES, I. A.Educação para integridade: referencial teórico / Inez Augusto Borges. São Paulo: Inez Borges Consultoria Educacional, 2017, 321 p.

[9] Disponível em: <https://www.forbes.com/sites/tomvanderark/2018/06/26/how-cities-are-getting-smart-using-artificial-intelligence/#79bca57e3803>.

[10]Disponível em: http://www.oecd.org/pisa/PISA-2015-Brazil-PRT.pdf

[11] Disponível em: http://www.oecd.org/pisa/aboutpisa/pisa-2018-participants.htm em 14 de março de 2018

[12] Disponível em: <https://hbr.org/2016/10/robots-will-replace-doctors-lawyers-and-other-professionals

[13]Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2018/09/conheca-profissoes-que-nao-serao-substituidas-por-robos-no-futuro.html>

[14] Disponível em: <http://sitn.hms.harvard.edu/flash/2016/new-technologies-visualize-the-power-of-the-brain/>

[15] Disponível em: <https://www.wired.com/2008/01/mapping-the-most-complex-structure-in-the-universe-your-brain/>

[16]Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=uHU3RBQb_8U>.

[17] Disponível em: <https://www.theguardian.com/technology/2014/jun/15/robot-doctors-online-lawyers-automated-architects-future-professions-jobs-technology>.

[18]Disponível em: <https://www.theguardian.com/artanddesign/shortcuts/2018/oct/26/call-that-art-can-a-computer-be-a-painter>.Acesso em: 6 nov.2018; e<https://hypebeast.com/2018/8/nature-morte-ai-generated-artworks-gallery-show> Acesso em: 6 nov. 2018.

[19]Disponível em: <https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-hard-painting-made-computer-human>Acesso em: 6 nov. 2018.

[20]Disponível em: <https://canaltech.com.br/musica/ouca-a-primeira-musica-criada-100-por-inteligencia-artificial-68225/>Acesso em: 6 nov. 2018; e<https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=01V9S8_7A0I>

[21]Disponível em: <https://www.huffpostbrasil.com/entry/ibm-ai-watson-wrote-lexus-commercial-car-comes-alive_us_5bf2f3f2e4b0b84243e4e968>

[22]Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=57&v=4a1kojUzKE4>

[23]Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/tec/2018/10/inteligencia-artificial-ajuda-a-escolher-a-musica-certa.shtml>.Acesso em: 6 nov. 2018.

[24]DE GRIP, A. Evaluating human capital obsolescence. Human Capital and Labour Market Performance. Disponível em : https://cris.maastrichtuniversity.nl/portal/files/970327/guid-15bbad04-aa8c-42a2-b303-5a91a96965aa-ASSET1.0

[25]Disponível em: <https://www.diamandis.com/

[26] Disponível em: <https://nacoesunidas.org/tema/odm/>.

[27] Disponível em: <http://www.millennium-project.org/projects/challenges/>

[28] Disponível em13 de Março de 2019: https://www.diamandis.com/blog/how-to-become-a-billionaire

[29]BARBROOK, R. Entrevista a Nós da Comunicação, Ciclo Comunicar Tecnologia (2009). Disponível em: <https://goo.gl/Ddi5zr>. Acesso em: 2 maio 2017.

[30]Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-31662009000100009>.

[31]Disponível em: <http://itsbrasil.org.br/quem-somos/historia/>

[32]DE GRIP, A. Evaluating human capital obsolescence. Human Capital and Labour Market Performance. Disponível em https://cris.maastrichtuniversity.nl/portal/files/970327/guid-15bbad04-aa8c-42a2-b303-5a91a96965aa-ASSET1.0.

[33]COS, J.P.; GASCA, R. N. Manual de Logística Integral. Madri: Diaz de Santos, 1998.

[34]Art. 13. Serão consideradas, ainda, práticas infrativas, na forma dos dispositivos da Lei n.º 8.078, de 1990: XXI – deixar de assegurar a oferta de componentes e peças de reposição, enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto, e, caso cessadas, de manter a oferta de componentes e peças de reposição por período razoável de tempo, nunca inferior à vida útil do produto ou serviço”.

[35] Disponível em: <http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=19185>

[36]Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=80615>

[37] Tradução Livre: Fitzgerald, M. et al. Embracing digital technology. MIT Sloan Management Review, n. x, p. 1-12, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.3991/ijac.v10i1.6334>.

[38]Disponível em: <https://www.internetworldstats.com/stats.htm>

[39]Disponível em: <https://jconline.ne10.uol.com.br/canal/economia/nacional/noticia/2016/01/17/acesso-a-internet-e-desigual-no-brasil-217308.php>.

[40]Disponível em: <https://gife.org.br/estudo-aponta-tendencias-para-a-sociedade-nos-proximos-15-anos/>;<http://fundacaotelefonica.org.br/tendencias15>,<https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=x0bpIZ24kco>.

[41]Disponível em: <https://www.oxfam.org/en/research/rescuing-education-all>

[42]Disponível em: <https://www.oxfam.org/>

[43]Disponível em: <https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/01/21/relatorio-de-ong-cita-brasil-como-um-dos-paises-mais-desiguais-do-mundo.ghtml>.

[44]Science, Technology, Engineering and Mathematics(STEM), previously Science,Math, Engineering and Technology(SMET), is a term used to group together theseacademic disciplines.This term is typically used when addressing education policy andcurriculumchoices in schools to improve competitiveness in science and technology development. It has implications for workforce development, national security concerns and immigration policy.

The acronymcame into common use shortly after an interagency meeting on science education held at the US National Science Foundation[chaired by the then NSF directorRita Colwell.A director from the Office of Science division of Workforce Development for Teachers and Scientists, Peter Faletra, suggested the change from the older acronym SMET to STEM. Colwell, expressing some dislike for the older acronym, responded by suggesting NSF institute the change. However, the acronym STEM predates NSF and likely traces its origin to Charles Vela, the founder and director of the Center for the Advancement of Hispanics in Science and Engineering Education (CAHSEE). In the early 1990’s CAHSEE started a summer program for talented under-represented students in the Washington, DC area called the STEM Institute. Based on the program’s recognized success and his expertise in STEM education. Charles Vela was asked to serve on numerous NSF and Congressional panels in science, mathematics and engineering education; it is through this manner that NSF was first introduced to the acronym STEM. One of the first NSF projects to use the acronym]was STEMTEC, the Science, Technology, Engineering and Math Teacher Education Collaborative at theUniversity of Massachusetts Amherst, which was founded in 1998.(https://en.wikipedia.org/wiki/Science,_technology,_engineering,_and_mathematics).

[45] Disponível em: <https://blog.trivium.com.br/o-que-e-steam/>.

[46] Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=59&v=UHD089ErZfc

[47]ITS BRASIL. Caderno de Debate – Tecnologia Social no Brasil. São Paulo: ITS, 2004.